segunda-feira, 18 de junho de 2012

JANELA: NOVO MUNDO POR TRAZ DELA.

                                                                            
Por: Bárbara Garcia Silveira


Resumo: A vitrine vista do seu conceito mais antigo: janela, para criação de um novo “mundo imaginário”. É possível se criar estratégias para conquistar o olhar do publico alvo de acordo com o que desejam e procuram em um produto. Alguns conceitos para a criação de uma nova e desejada situação que causam desejo nas pessoas se dão em um espaço aberto iluminado e aberto a imaginação. São subdivididos públicos alvo e cada um terá uma sensação ao olhar sendo atraídos e destinados com sua vivência e desejos.
Palavras Chave: Novo, Janela, Olhar, Público-alvo, Desejo.


     O olhar na maioria das vezes é captado, cativado, fascinado pela ilusão especular. O que cada um de nós contempla na vitrine, de fato, é seu próprio imaginário social. Quando uma janela é aberta e alguma cena é vista a partir dela, tem-se novas impressões e sentimentos de acordo com o que é visto, a vitrine, sendo comparada a uma janela aberta é uma peça importante no marketing de uma empresa porque cria condições favoráveis para mostrar um produto, identificar uma marca, apresentar tal empresa, expressar um tema e atrair o olhar do publico visado.

     A janela que se abre para explicitar um novo universo traz um novo instrumento de visão, um espaço aberto à imaginação como suporte da visibilidade criativa e criadora. O prazer se instala junto ao discurso da vitrine, pois é por meio da promessa e a confiabilidade da eficácia do produto exposto que se cria esse prazer que faz com que cada observador, ao olhar uma encenação, encontre-se individualmente, tenha o desejo de estar incluído no mundo e idéias passadas através da janela.

     Desde o surgimento do comércio ate a atualidade, a vitrine é um espaço-simulacro em que se cria uma ilusão referencial de determinado momento social no mundo das aparências. Cada discurso é único e especifico, mas todos inseridos em um quadrilátero-vitrine, desvenda espaços e aglutina signos no interior de sua moldura. No inicio, a janela ou a abertura das casas dos mercadores da idade media mostravam o seu interior ao mesmo tempo em que expunham os produtos fabricados e postos a venda.  Depois, o cabinet de curiosités, alocado na casa burguesa renascentista, fazia com que os moradores o olhassem com curiosidade. Bem mais tarde a janela-vitrina dos grands Magazins, com seus grandes vidros e sua exuberância, mostrava o que havia de mais novo no fim do século XIX.

     A iluminação do cenário é ponto de referencia para o ambiente, é o primeiro elemento que se deve pensar, a luz participa da construção do cenário, iluminando ou colorindo de maneira diferente cada elemento conforme planejado no projeto. Os olhos enxergam aonde tem luz.  É bem verdade que as formas adquirem contornos na luz, mas a luz, por sua vez, é um elemento que possui vida própria e parece deslizar livremente por sobre as formas.

     O Autor Mauri Luiz da Silva diz que para que se consiga fazer um projeto de iluminação, por mais simples que seja, é indispensável conhecer os produtos que fazem a luz e os efeitos, a luz é gerada por fonte de luz. Ao acontecer esse fenômeno físico, ela será dirigida a um equipamento chamado luminária/projetor. As lâmpadas se distinguem entre as mais parecidas com a luz solar, que são as mais antigas lâmpadas de filamento e também as artificiais e brancas, que são as halógenas e as leds.  

     Os iluminados espaços destinados a olhares também são essencialmente comerciais, que ao mesmo tempo em que persuadem, mostram produtos e indicam qual é a moda. A vitrine reforça a idéia de um querer, o da moda, construída pelo marketing e pela publicidade, presente na mídia, que dita o que deve ser usado para cada perfil de consumidor o que atua no reconhecimento da marca e no publico alvo que deseja atingir.

     Os materiais usados, as cores, as formas, a quantidade de objetos e a colocação deles dentro da janela, para se ter melhor repercussão, dependem do publico alvo que se deseja atingir. Para a escolha do cenário da vitrine é necessário ficar atento aos desejos e princípios do público alvo que você deseja atingir se interessa, pois essas pessoas provavelmente entrarão na loja se algo mostrado na vitrine chamar sua atenção. Para simplificar e ajudar o marketing das empresas, foram criadas cinco subdivisões de pulico alvo, dentre elas, o discurso técnico, lúdico, ecológico, sofisticado e sofisticado barroco.

     Para simplificar e ajudar o marketing das empresas foram criadas cinco subdivisões de pulico alvo. Na tentativa de modalizar o cenário a partir do sensível de acordo com cada espectador, é possível criar uma subdivisão de categorias que podem ser adaptadas às descritas por Jean Marie Floch, No seu livro identités visules, a saber.  Encenação técnica, que é uma exposição com a finalidade precisa de informação, funcional e convencional; o cenário lúdico, que é relacionado com o colorido, ao mágico, ao divertido  alegre; a montagem ecológica, que é coerente com a natureza ou que trabalha com elementos naturais; o cenário sofisticado, que é o elegante, original, no qual cabe o universo das marcas e do design.

     Para um discurso técnico é preciso uma nova informativa, mais fria, com ritmo compassado, há nela uma seqüência de discurso, na qual o intuito é expor um produto didaticamente, a luz branca cai muito bem para esse tipo de situação causando uma leitura clara e simples.

     O discurso lúdico é uma maneira divertida de apresentar um produto, principalmente quando ele é altamente técnico e muito difícil de mostrar suas características físicas visualmente. Há menos produtos, mas os existentes são mais valorizados, com luzes focadas nos tais, geralmente valorizará detalhes marcantes.

     No discurso ecológico os materiais naturais e rústicos levam o espectador a situar-se ou imaginar-se em um ambiente natural, numa paisagem não urbana. As matérias são granulosas, foscas, de textura seca e áspera, entram em sintonia com tons terrosos, brancos, verde claro. A luz amarela como nascer do sol ou branca como a do meio dia. Causam efeitos interessantes luzes azuis ou verdes em pequena escala nos cantos ou em determinados objetos.

     Já no discurso sofisticado existe uma subdivisão entre uma encenação mais vazia, com um ponto de interesse central, que pode ser chamada de clássica, moderna e arrojada, e outra mais cheia, com vários pontos de interesse, que poderia ser nomeada barroca, carregada pela quantidade enorme de materiais e detalhes existentes. Assim, em um discurso sofisticado moderno prevalecem poucos elementos na encenação, as exposições contem dois ou três produtos, há um clima mais frio, um ritmo calmo e pausado em que a luz predominante é branca azulada; as cores mais freqüentes são o branco, o prata, o preto, o azul e o verde profundo; os metais são aço e alumínio.

     Uma montagem sofisticada barroca, aposta na exposição de muitos produtos (agrupados de acordo com seu gênero, cor e modelo). O clima é carregado e a luz predominante é amarela ou azulada. As cores quentes com degrades suaves nos tons e sobre tons são o marrom, o vinho, o ocre e o laranja. Os metais mais usados são o ferro, o latão e o cobre.

     A leitura da vitrina, num momento é simultânea e global, mas em outro pode ser lida de modo linear e continuo ou ainda dilacerando partes: tudo é valido para a construção do discurso de toda e qualquer vitrine em que o produto destaca-se e torna-se o mais importante, enquanto os elementos ao seu redor tornam-se sedutores e decorativos, contam histórias, criam enunciados, persuadem compradores e prometem satisfação.

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