Por: Bárbara Garcia Silveira
Resumo: A vitrine vista do seu conceito mais
antigo: janela, para criação de um novo “mundo imaginário”. É possível se criar
estratégias para conquistar o olhar do publico alvo de acordo com o que desejam
e procuram em um produto. Alguns conceitos para a criação de uma nova e
desejada situação que causam desejo nas pessoas se dão em um espaço aberto
iluminado e aberto a imaginação. São subdivididos públicos alvo e cada um terá
uma sensação ao olhar sendo atraídos e destinados com sua vivência e desejos.
Palavras Chave: Novo,
Janela, Olhar, Público-alvo, Desejo.
O olhar na maioria das vezes é captado, cativado, fascinado pela ilusão
especular. O que cada um de nós contempla na vitrine, de fato, é seu próprio
imaginário social. Quando uma janela é aberta e alguma cena é vista a partir
dela, tem-se novas impressões e sentimentos de acordo com o que é visto, a
vitrine, sendo comparada a uma janela aberta é uma peça importante no marketing
de uma empresa porque cria condições favoráveis para mostrar um produto,
identificar uma marca, apresentar tal empresa, expressar um tema e atrair o
olhar do publico visado.
A janela que se abre para explicitar um novo universo traz um novo
instrumento de visão, um espaço aberto à imaginação como suporte da visibilidade
criativa e criadora. O prazer se instala junto ao discurso da vitrine, pois é
por meio da promessa e a confiabilidade da eficácia do produto exposto que se
cria esse prazer que faz com que cada observador, ao olhar uma encenação,
encontre-se individualmente, tenha o desejo de estar incluído no mundo e idéias
passadas através da janela.
Desde o surgimento do comércio ate a atualidade, a vitrine é um
espaço-simulacro em que se cria uma ilusão referencial de determinado momento
social no mundo das aparências. Cada discurso é único e especifico, mas todos
inseridos em um quadrilátero-vitrine, desvenda espaços e aglutina signos no interior
de sua moldura. No inicio, a janela ou a abertura das casas dos mercadores da
idade media mostravam o seu interior ao mesmo tempo em que expunham os produtos
fabricados e postos a venda. Depois, o
cabinet de curiosités, alocado na casa burguesa renascentista, fazia com que os
moradores o olhassem com curiosidade. Bem mais tarde a janela-vitrina dos
grands Magazins, com seus grandes vidros e sua exuberância, mostrava o que
havia de mais novo no fim do século XIX.
A iluminação do cenário é ponto de referencia para o ambiente, é o
primeiro elemento que se deve pensar, a luz participa da construção do cenário,
iluminando ou colorindo de maneira diferente cada elemento conforme planejado
no projeto. Os olhos enxergam aonde tem luz. É bem verdade que as formas adquirem contornos
na luz, mas a luz, por sua vez, é um elemento que possui vida própria e parece
deslizar livremente por sobre as formas.
O Autor Mauri Luiz da Silva diz que para que se consiga fazer um projeto
de iluminação, por mais simples que seja, é indispensável conhecer os produtos
que fazem a luz e os efeitos, a luz é gerada por fonte de luz. Ao acontecer
esse fenômeno físico, ela será dirigida a um equipamento chamado
luminária/projetor. As lâmpadas se distinguem entre as mais parecidas com a luz
solar, que são as mais antigas lâmpadas de filamento e também as artificiais e
brancas, que são as halógenas e as leds.
Os iluminados espaços destinados a olhares também são essencialmente
comerciais, que ao mesmo tempo em que persuadem, mostram produtos e indicam
qual é a moda. A vitrine reforça a idéia de um querer, o da moda, construída
pelo marketing e pela publicidade, presente na mídia, que dita o que deve ser
usado para cada perfil de consumidor o que atua no reconhecimento da marca e no
publico alvo que deseja atingir.
Os materiais usados, as cores, as formas, a quantidade de objetos e a
colocação deles dentro da janela, para se ter melhor repercussão, dependem do
publico alvo que se deseja atingir. Para a escolha do cenário da vitrine é
necessário ficar atento aos desejos e princípios do público alvo que você
deseja atingir se interessa, pois essas pessoas provavelmente entrarão na loja
se algo mostrado na vitrine chamar sua atenção. Para simplificar e ajudar o
marketing das empresas, foram criadas cinco subdivisões de pulico alvo, dentre
elas, o discurso técnico, lúdico, ecológico, sofisticado e sofisticado barroco.
Para simplificar e ajudar o marketing das empresas foram criadas cinco subdivisões
de pulico alvo. Na tentativa de modalizar o cenário a partir do sensível de
acordo com cada espectador, é possível criar uma subdivisão de categorias que
podem ser adaptadas às descritas por Jean Marie Floch, No seu livro identités visules, a saber. Encenação técnica, que é uma exposição com a
finalidade precisa de informação, funcional e convencional; o cenário lúdico, que
é relacionado com o colorido, ao mágico, ao divertido alegre; a montagem ecológica, que é coerente
com a natureza ou que trabalha com elementos naturais; o cenário sofisticado,
que é o elegante, original, no qual cabe o universo das marcas e do design.
Para um discurso técnico é preciso uma nova informativa, mais fria, com
ritmo compassado, há nela uma seqüência de discurso, na qual o intuito é expor
um produto didaticamente, a luz branca cai muito bem para esse tipo de situação
causando uma leitura clara e simples.
O discurso lúdico é uma maneira divertida de apresentar um produto,
principalmente quando ele é altamente técnico e muito difícil de mostrar suas
características físicas visualmente. Há menos produtos, mas os existentes são
mais valorizados, com luzes focadas nos tais, geralmente valorizará detalhes
marcantes.
No discurso ecológico os materiais naturais e rústicos levam o
espectador a situar-se ou imaginar-se em um ambiente natural, numa paisagem não
urbana. As matérias são granulosas, foscas, de textura seca e áspera, entram em
sintonia com tons terrosos, brancos, verde claro. A luz amarela como nascer do
sol ou branca como a do meio dia. Causam efeitos interessantes luzes azuis ou
verdes em pequena escala nos cantos ou em determinados objetos.
Já no discurso sofisticado existe uma subdivisão entre uma encenação
mais vazia, com um ponto de interesse central, que pode ser chamada de
clássica, moderna e arrojada, e outra mais cheia, com vários pontos de
interesse, que poderia ser nomeada barroca, carregada pela quantidade enorme de
materiais e detalhes existentes. Assim, em um discurso sofisticado moderno
prevalecem poucos elementos na encenação, as exposições contem dois ou três
produtos, há um clima mais frio, um ritmo calmo e pausado em que a luz
predominante é branca azulada; as cores mais freqüentes são o branco, o prata,
o preto, o azul e o verde profundo; os metais são aço e alumínio.
Uma montagem sofisticada barroca, aposta na exposição de muitos produtos
(agrupados de acordo com seu gênero, cor e modelo). O clima é carregado e a luz
predominante é amarela ou azulada. As cores quentes com degrades suaves nos
tons e sobre tons são o marrom, o vinho, o ocre e o laranja. Os metais mais
usados são o ferro, o latão e o cobre.
A leitura da vitrina, num momento é simultânea e global, mas em outro
pode ser lida de modo linear e continuo ou ainda dilacerando partes: tudo é
valido para a construção do discurso de toda e qualquer vitrine em que o
produto destaca-se e torna-se o mais importante, enquanto os elementos ao seu
redor tornam-se sedutores e decorativos, contam histórias, criam enunciados,
persuadem compradores e prometem satisfação.
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