Iza Lopes

Por Luana Cordeiro

Iza Lopes, 26 anos, formada em Direito pela UFMG, hoje cursa o 7º período de Design de Moda na Universidade FUMEC em Belo Horizonte – MG.

Desde criança teve forte ligação com a moda, o que influenciou a escolha de sua segunda graduação. Iza teve a oportunidade de estagiar com grandes nomes do mundo fashion como Ronaldo Fraga e Mércia Bicalho, além de outros. Tem grande interesse por editoriais e produção de moda.  Atualmente desenvolve design de superfície e programação visual para algumas marcas, além de empresas ligadas ao entretenimento como a ‘Velvet Club’.

Retrós: Iza, você que passou por um campo em que o racionalismo prepondera e, hoje, tramita em um campo cujo apelo criativo é a orientação principal, como vê a ligação entre esses dois mundos?
Iza: A racionalidade deve existir em ambos. O formalismo que minha primeira graduação me conferiu, certamente, me ajudou muito no curso de design de moda.

Retrós: O que você trouxe do curso de Direito que a ajudou no curso de Moda?
Iza: O curso de direito, bem como outros cursos tais como a administração, preparam para a vida e garantem pilares para qualquer profissão que se escolha. Saber administrar, saber de leis, direitos e obrigações é muito válido.

Retrós: O que, especificamente, a fez optar pela moda? Quais os acontecimentos de sua infância foram decisivos nessa hora?
Iza: Moda está em minha alma. No cerne da questão. Desde criança vi a minha mãe trabalhar com moda. Cresci ao pé de uma máquina de costura e, certamente, isso me inseriu nesse universo. Moda é uma grande paixão.

Retrós: Durante suas primeiras atividades profissionais, quais foram seus maiores desafios?
Iza: Aceitação. É muito complicado, difícil na verdade, entrar para uma marca, uma equipe onde já se tem um ritmo e todo um aparato prontos. Acontece certa limitação de criação, em que o fato de não poder se soltar e criar o que se quer frustra um pouco.

Retrós: Que bagagem você faz questão de levar consigo após a experiência com esses mitos da moda com quem estagiou?
Iza: O binômio ousadia e pé no chão. Trabalhei com criadores bastante ousados, que tinham como ideal a moda exatamente como imaginavam. Passavam para a linha de produção croquis incríveis, artísticos, com linhas e shapes inusitados, mas de públicos limitadíssimos. Ao mesmo tempo, lidei com marcas que focavam no comércio e na sua sobrevivência. Tinham o racionalismo necessário para crescerem com capital e lucro.

Retrós: Do direito para a moda, da moda para a indústria do entretenimento; por quê?
Iza: Na verdade não penso e não vejo abandono em nenhuma das mudanças. Direito é vivo e necessário no meu dia-a-dia. Moda está na alma e na escolha de realização profissional e, recentemente, trabalhar com entretenimento, está sendo divertido, um hobby legal e rentável.

Retrós: A indústria do entretenimento hoje em dia, tem crescido estrondosamente e pede cada vez mais profissionais inovadores e ousados. Você acha que seu atual curso a apóia nesse sentido?
Iza: Certamente. Vejo moda em tudo. Na escolha de uniforme dos funcionários, na arte de flyers, nos temas e nas músicas. A moda é alavanca para muitas coisas que nem sequer as pessoas imaginam. Está até nos painéis dos automóveis e nas texturas destes.

Retrós: Em sua opinião, qual a maior dificuldade de quem atua nesse ramo?
Iza: O orçamento. A questão financeira é fatídica. Mercado de moda é caro. A necessidade de renovação constante, de ressurgir cada vez mais incrível; superação é inerente à profissão e requer dinheiro. Muito dinheiro.

Retrós: Quais são seus sonhos e/ou objetivos após essa graduação?
Iza: Trabalhar com o que se gosta é sonho e, conseqüentemente, realização. Estudar por anos, se dedicar e almejar algo dentro desse contexto tem de ter algum retorno. E esse, certamente, não é trabalhar em uma lanchonete na praia (risos).