segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Nicole Fiorini

por Laura Werneck

Nicole Fiorini, 23, tem, desde pequena, uma forte ligação com a moda por influência de seu pai, Luiz Wagner, estilista, que esteve a frente da Wagner Calçados por 10 anos. Feliz com a escolha do curso e, hoje, contratada pelo departamento de marketing de um grande shopping em Belo Horizonte, nesta entrevista ela conta suas experiências dentro da moda e fala um pouco da escolha de sua área de atuação.


Retrós: Você está prestes a se formar, como se deu a escolha pelo Design de Moda?
Nicole: Não me lembro da primeira vez em que disse que gostaria de cursar moda. Acho que isso sempre esteve na minha cabeça, talvez por influência do meu pai mesmo. A lembrança que eu tenho é que desde muito pequena eu já contava isso para as pessoas quando elas me perguntavam o que eu gostaria de fazer. O que mais me impressiona é que eu não mudei de ideia ao longo da vida, tomei essa decisão quando ainda não fazia a menor ideia do que ela significava e daí em diante ela passou a fazer cada vez mais sentido para mim.

Retrós: Qual foi o seu primeiro contato com a moda após a escolha do curso?
Nicole: Foi dentro da fábrica do meu pai onde eu ia mais para brincar e passar um tempo com ele, já que meus pais eram separados. Profissionalmente foi na loja da minha mãe. Lá eu pude conhecer o mercado; fornecedores; escolher coleções; pude ver como a máquina realmente funciona.

Nicole: A primeira coisa que eu aproveitei da faculdade na loja da minha mãe foram as aulas de cenografia. Lá pude perceber que a vitrine da loja dela estava muito ruim. Estávamos na véspera de lançar uma nova coleção e pedi a ela que deixasse a vitrine por minha conta. Mudei tudo e o resultado foi muito positivo. Algumas clientes perguntaram até se tínhamos reformado a loja. Fiquei muito feliz de ver o curso dando resultados positivos tão rápido.

Retrós: Como foi trabalhar com o Cirque Du Soleil? Como era sua rotina?
Nicole: Foi uma das experiências mais interessantes que já vivi. Tudo é uma loucura e ao mesmo tempo tudo é extremamente organizado. As coisas acontecem simultaneamente e você precisa estar sempre atento e disponível. Cheguei a trabalhar 14h em um dia. Ficava exausta, mas feliz de ver os resultados. Eu coordenava a bilheteria, então passava o dia todo resolvendo problemas operacionais e no fim do dia me reunia com a equipe do Cirque e apresentava o relatório de tudo que havia acontecido e as perspectivas para o dia seguinte. Quando os espetáculos começaram eu precisava acompanhar os shows, acho que esse foi o maior desafio, manter tudo muito organizado para que nada atrapalhasse as apresentações. Os clientes do Cirque são um nicho bastante característico e foi preciso muito jogo de cintura para lidar com eles sem ter maiores problemas.

Retrós: Após trabalhar com o Cirque Du Soleil, você foi contratada pelo Shopping Cidade no departamento de Marketing. Como ocorreu essa transição?
Nicole: A bilheteria do Cirque funcionava dentro do Shopping Cidade. Foi uma parceria do shopping com o Cirque em troca de ingressos, publicidade e benefícios, por isso fiquei conhecendo algumas pessoas da administração do shopping durante minha estadia por lá, principalmente a Gerente de Marketing, Carolina Vaz. Ela quem buscava as cortesias que foram oferecidas para o shopping e ia até bilheteria quase todas as semanas. Quando meu contrato estava acabando e o Cirque saindo da cidade eu entreguei um currículo para ela e disse que se ela precisasse de alguém poderia contar comigo. Três dias após o fim do meu contrato ela ligou me convidando para participar de um processo de seleção para a equipe de marketing. Topei na hora. Fiz algumas entrevistas e entrei logo na semana seguinte. Estou lá há dois anos e acabo de passar pela minha primeira promoção. Estou muito feliz com meu trabalho, graças a Deus.

Retrós: Como funciona o departamento de marketing de um shopping?
Nicole: Tudo é muito dinâmico; temos que pensar nas campanhas com muita antecedência para dar tempo de executarmos tudo. Após desenvolvermos as idéias da campanha, nos reunimos com a agência de publicidade e brifamos tudo para eles e depois de vários ajustes é hora de executar. Precisamos fazer vários orçamentos, contratos, aprovar todas as amostras e, finalmente, lançar a campanha e acompanhar sua execução. Quando tudo está pronto ficamos aliviados por cinco minutos e já é hora de pensar na próxima campanha. Uma loucura.

Retrós: Como vê o mercado do marketing de moda em Belo Horizonte?
Nicole: Vejo como algo muito promissor. Toda empresa em qualquer seguimento vai precisar de uma acessória de marketing cedo ou tarde. A importância desse tipo de serviço só tem aumentado na consciência dos empresários e o mercado está cada vez mais aquecido. Dificilmente uma empresa que conta com uma boa consultoria de marketing e uma análise constante de mercado, passa por grandes dificuldades. E o mercado está cada vez mais consciente disso. Se uma empresa para de crescer é porque ela está prestes a declinar.

Retrós: Você ainda tem desejo de criar? Pensa em dar continuidade à loja de calçados ou criar uma marca própria?
Nicole: Não penso em ser estilista. Gosto de desenho e tenho facilidade com o assunto, mas no momento não me vejo fazendo isso. Talvez, desenvolvendo marcas para outros estilistas e confecções. Isso sim é algo que gostaria de fazer. Estou muito envolvida com meu trabalho atual e quero crescer mais nessa área, mas também não me fecho para essas possibilidades, se precisar integrar uma equipe de criação de moda não veria o menor problema. Quanto a reabrir a loja da minha mãe, eu não penso nisso de jeito nenhum. Cresci vendo a luta que é a vida de um pequeno empresário no Brasil, e só essa experiência já bastou para me convencer a me manter longe dessa ambição.

Retrós: Quais são seus projetos para o futuro?
Nicole: Quero continuar crescendo na área de marketing, talvez integrar uma equipe de marketing de uma empresa maior, quem sabe até fora do país. E, juntamente com isso, fazer um mestrado assim que concluir a faculdade.

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