segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Danieli Irene

por Mayara Leão.

Desde os 12 anos, Danieli Irene, 22, lança mão do modo de se vestir para expressar sua personalidade, opinião e críticas.  Esse foi um dos motivos que a levaram a optar pelo Design de Moda ao invés de jornalismo, um antigo sonho seu. Começou a estudar na faculdade CIMO, em 2007 e dois anos depois mudou seu curso para a FUMEC.
Apaixonada por estamparia e filosofia de moda, escolheu essa temática para o seu Trabalho de conclusão de curso.
Desde o 3º período de faculdade ela tem experiências com trabalhos na área de moda, e hoje faz parte da equipe da marca Insanas, e pretende em breve se tornar umas das sócias da marca, e futuramente,Danieli pretende lecionar.
Influenciada por hardcore, rockabilly, pinups, mulheres de circo e Carmem Miranda, Danieli tem seu estilo próprio e irreverente que imprime em suas criações.   
Retrós: Como o interesse pela moda surgiu para você?
Danieli:Comecei a me interessar por moda quando ainda era criança. Aos 11 anos só gostava de usar roupas de marcas. Já sabia que aquilo me fazia bem, mas não entendia o porque.  Com o tempo perdi interesse pela moda vigente e comecei a me envolver com movimentos de contracultura, que me deram uma liberdade criativa. O interesse em estudar moda começou quando assisti a uma palestra da professora Carla Mendonça, em que foi abordado o tema sobre pesquisas de tendência, estilistas de contracultura e criação. A partir daquele dia decidi estudar a moda. 
Retrós:Qual a idéia inicial que você tinha da moda? Ela permanece até hoje?
Danieli: Eu vi a moda desde cedo como um escape. Me vestir bem, quando nova, era uma forma de fugir do bulling. Com o tempo vi que tentar me encaixar não me fazia ser aceita pelos colegas, o que me fez detestar a moda vigente. Hoje eu continuo vendo a moda como um escape, nela você cria uma identidade, expressa sentimentos e ideais, mas não te faz perfeita aos olhos de todos.
Retrós: Como foi a decisão de cursar Design de moda ao invés de jornalismo?
Danieli: Jornalismo sempre foi minha paixão. Por ser uma pessoa muito crítica eu sempre quis que o mundo ouvisse minhas idéias. Quando percebi que poderia fazer isso de forma menos obvia, que era a indumentária, eu abri meus horizontes e vi que posso fazer minhas criticas sem me valer necessariamente de palavras ou textos escritos.
Retrós: Dentro do curso, quais as áreas que mais te interessaram? Porque?
Danieli: Interesso-me principalmente pela parte teórica, como filosofia, história e sociologia. Também tenho muito interesse por estamparia, criação e produção. São áreas em que me sinto bem: a teoria graças a minha tendência à criação literária, e as práticas por poder me expressar por meio delas.
Retrós: Você pretende trabalhar nessas áreas (citadas acima)?
Danieli: Sim, assim que comecei a estudar moda eu já planejava trabalhar com pesquisa. Mas o que eu realmente pretendo fazer é dar aula de sociologia da moda.
Retrós: Você trabalha com moda desde o começo do curso. Você poderia nos contar com o que já trabalhou?
Danieli: Inicialmente eu fui assistente de stylist com o Rodrigo Polack. Foi meu primeiro emprego na área e me abriu portas para trabalhar no backstage de duas edições do Minas TrendPreview com a Dupla Assessoria. Depois trabalhei na faculdade FUMEC como monitora de estamparia com Tereza Leão e Éder Almeida como professores. Após fui contratada como estagiária na rede de lojas Pele Morena, onde fui responsável pelo Visual Merchandising. Hoje trabalho com a estilista Graziele Coelho na Insanas (marca que ajudei a fundar) e com a empresária e estilista Iris Chaves em sua loja Cansei de Ser Madame.
Retrós: Atualmente você trabalha na marca Insanas e pretende em breve, se tornar sócia. Como acontece o trabalho dentro da marca e em que área você atua lá dentro?
Danieli: Quando se começa uma marca não existe muita definição do que cada um deve fazer, principalmente com a correria em que eu e a Grazi vivemos. Além da nossa marca ainda trabalhamos em outros lugares arrecadando verba para crescer a Insanas. Eu faço parte da equipe de estilo e cuido das confecções e peças piloto. Mantenho as mídias virtuais sempre atualizadas e atendo clientes.
Retrós: Quais são suas maiores influências na hora de realizar um trabalho?
Danieli: Como estilista me inspiro em VivienneWestwood, MarcJacobs, John Galianno, Jean Paul Gautier, AlexanderMcQueen e muitos outros. Gosto dos estilistas espalhafatosos, que usam a contracultura e a anti-moda como inspiração. Nos meus trabalhos acadêmicos me inspiro em Cristiane Mesquita, Kathia Castilho, Gilberto Freyre, Nietzsche, Freud, OscarWilde, Charles Baudelaire, Kafka...
Retrós: Por que a escolha de fazer monografia como trabalho de conclusão de curso, e não um desfile como a maioria das estudantes formandas?
Danieli: A moda é inteligente, dinâmica e sempre se espelha no passado. Quero mostrar isso para quem não a conhece, e a melhor forma é criar de forma didática algo que seja acessível para grande parte da população, como a leitura. Poderia fazer um desfile conceitual, bem espalhafatoso, como minhas criações, mas isso não chegaria ao grande público.
Retrós:Qual idéia será defendida por você na sua monografia?
Danieli: Farei um estudo de caso sobre a influência do meio e da moda no comportamento de uma pessoa, focando na sociologia, na psicologia e na semiótica.



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