segunda-feira, 20 de junho de 2011

TECIDOS: UM POUCO DE SUA HISTÓRIA


Por Ana Gabriela Vasconcelos e Bárbara Spadetto alunas do 8º e 7º período de Design de Moda da Universidade Fumec/FEA.

Resumo

O tecido é um dois meios de comunicaçao mais antigos. Utilizado desde a indumentária até artigos de decoração, até o século XVII era considerado artigo de luxo e figurava até como bem de herança. Neste artigo, falaremos do surgimento dos tecidos, desde quando eram utilizados apenas para a proteção do corpo humano, sua evolução na moda até a atualidade em que sua utilização vai do vestuário até a decoração. Assim, poderemos perceber a evolução da tecelagem dos primórdios até a os dias atuais. E como aconteceu o processo de evolução de acordo com as necessidades do homem na sociedade em que vive.
Palavras-chave: moda, tecelagem, evolução, tecnologia têxtil, comportamento.
A tecelagem é um processo que consiste no entrelaçamento de dois fios, chamados de urdume e trama. Era considerado um trabalho exclusivamente feminino, manual e de costumes e tradições até a revolução industrial, época em que a técnica evoluiu tecnologicamente com o surgimento de máquinas que substituíram alguns trabalhos manuais.
O primeiro material têxtil da história foi a lã, datada em cerca de 7.000 a.C.. Depois veio o linho na Ásia ocidental e central em 6.000 a.C.. A seda na China datando 1.500 a.C.. E o algodão na Índia, 3.000 a. C..
O Egito sempre cuidou bem da criação e exportação de seus tecidos. O linho era a principal matéria-prima inicial utilizada por eles. Na época Greco Romana a lã foi bem utilizada e neste mesmo período, surgiram as tapeçarias e a seda era limitada para o uso dos imperadores no palácio.No período Islâmico os artigos têxteis se destacaram pela qualidade e beleza.
Em meados de 1.700, a Inglaterra anunciou os progressos tecnológicos, o que fez surgir a indústria têxtil moderna. Com ela vieram algumas dificuldades, pois os patrões não respeitavam os direitos dos trabalhadores, o que resultava em conflito, porém não demorou a ser resolvido. Contudo houve a evolução das técnicas de tecelagem e surgiram vários tipos de tramas e com elas diferentes tipos de tecidos. São eles: tafetá, sarja e cetim.
Foi com a necessidade de se proteger que o homem começou a se preocupar com o que vestir. Com o passar do tempo, o desejo de mostrar superiodidade social, ostentação de riqueza, e vaidade, criou-se a moda e com ela elaborou-se melhor o modo de vestir.
A lã e o linho foram os primeiros tecidos a serem utilizados pelo homem em suas primeiras civilizações como no antigo Egito e na Grécia antiga. Eram as mulheres que ficavam encarregadas na produção das vestes.
Na Idade Média, os países árabes foram descobertos pelo ocidente, e lá foi conhecida uma civilização mais avançada no que diz respeito a fabricação de tecidos e roupas. Foi nesse momento que o cetim, veludo, brocado e damasco passaram a ser comercializados na Europa.
Com o crescimento da comercialização de tecidos, a indumentária ficou mais elaborada, e o uso de tecidos finos da elite, como a seda e lã, enfeitadas com fio de ouro e prata, começaram a atingir as camadas sociais mais baixas que enxergavam a valorização social através da indumentária.
Com a valorização comercial e sua expansão, várias fortunas iam surgindo na burguesia dos séculos XIII e XIV, o que fez com que os burgueses passassem a se vestir como os aristocratas da época. Comerciantes e advogados eram os que se beneficiaram dessa evolução na sociedade e passaram a usar rendas, seda e bordados.
Foi na Convenção de 1793, na França, que ficou estabelecido o princípio democrático da liberdade de vestimenta. Assim, todos podiam se vestir de maneira como se sentissem melhor. Porém, mesmo com todos os esforços para a democratização, a indumentária não deixou de ser um símbolo ostentatório de riqueza.
Depois da Revolução Francesa, em 1789, homens e mulheres passaram a caracterizar-se com mais simplicidade. Os homens substituíram os trajes tradicionais pelo estilo inglês, mais esportivo e descontraído; e as mulheres passaram a se vestir com vestidos inspirados na indumentária grega, com cintura alta e saia evasê.
O tempo passou, e em 1820, a França e a Inglaterra passaram a comercializar roupas em grande escala, o que deu início a produção industrial com baixo custo. A pequena e média burguesia passou a ter então uma forma mais diversificada de se vestir.
Com a alta do comércio e da produção industrial, começaram a surgir tecidos sintéticos que se tornaram o auge da época. No fim do século XIX surgiu o raiom, um tecido feito de celulose com fibra artificial, que substituiu a seda natural com sucesso. A viscose surgiu em 1892, foi conhecida como a mais importante fibra produzida pelo homem; e no fim desse século, a lã passou a ser misturada com o algodão, e foi muito usada em vestidos e costumes até meados do século XX.
Enquanto ocorria toda essa expansão do comércio de roupas e com ela a democratização, Charles Frédèric Worth, deu inicio a alta costura, em 1857, com a criação de modelos exclusivos que eram confeccionados com materiais luxuosos. Suas criações logo atingiram nível de arte, e copiada por costureiras e confeccionistas.
Após a Primeira Guerra Mundial, os aperfeiçoamentos das máquinas e da indústria química democratizaram a moda. Na década de 20, com a chegada da sociedade de lazer e do esporte, foi criado o sportswear por Jean Patou, que era constituído por conjuntos apropriados para serem usados ao ar livre. Surgiu também Coco Chanel, que passou a criar moda feminina para a vida moderna. Seu material principal era o Jersey, ate então inexplorado em costura.
Contudo, os tecidos finos e a alta costura não foram deixados de lado. A própria Chanel inventou o “pretinho básico” de vários tipos de tecidos como seda, lã, renda, veludo e também o jersey. Também em Paris, Madeleine Vionnet, criava modelos enviesados impecáveis, inspirados na Grécia antiga.
O náilon entrou triunfante na moda pelo fato de não amassar, e não precisar ser repassado depois de lavado. Em 1949, Robert Weill e seu filho Jean-Claude lançaram o prêt-a-porter, ou “pronto pra usar”, e assim seguir a moda deixou de ser privilégio da elite. As idéias eram lançadas a cada estação, estimulando a concorrência internacional. Desse modo surgiram também a helanca, o acrílico, o tergal e a Lycra que aqueciam o mercado incentivando o consumo mundial.
Porem, mesmo com todo o “boom” do prêt-a-porter, a alta costura não perdeu seu espaço. A sofisticação e exclusividade conquistam uma cartela de clientes cada vez mais exigente e selecionada.
Podemos concluir então, que os tecidos são fundamentais para a o ser humano desde seu surgimento. O que antes era apenas para proteção do corpo, passou a ser símbolo de status social. De acordo com a evolução e comportamento da sociedade, a indumentária evoluiu conforme as necessidades do homem, sem nunca deixar de lado a sofisticação e a elegância.
Bibliografia:
CHATAIGNIER, Gilda. Fio a Fio: Tecidos, moda e linguagem. São Paulo: Estação das Letras Editora, 2006.
PEZZOLO, Dinah Bueno. Tecidos: História, tramas, tipos e usos. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007.

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