terça-feira, 21 de junho de 2011

A disparidade da moda na sociedade

Por Anna Karla Pereira Barbosa e Luiza Mayara Martuchelli, alunas do 7º período de Design de Moda na Universida FUMEC.

Resumo: O artigo a seguir fala sobre a forma como a moda se impõe sobre uma sociedade de regras e opiniões diversas, e de como esses “artefatos” de moda se destacam em meio às multidões, causando não só um impacto visual, mas também crítico.

Palavras chave: estilo, grifes, juventude, beleza, “status” e comportamento.

Em um mundo em que num segundo tudo pode mudar pela influência da sociedade de redes e informações como, por exemplo, o twiter, podemos dizer que a informação é o bem mais precioso do nosso tempo. Como tudo vem mudando a moda não poderia ficar para trás. Em meio às grandes transformações percebemos diversas manifestações, como as intervenções urbanas (flash mobs). Um exemplo claro é o evento “No pants” que acontece em vários lugares do mundo entre eles São Paulo, onde ja foram realizadas duas versões.  

No site, os organizadores classificam o evento como “uma intervenção urbana que visa gerar uma cena incomum, bizarra e irônica no meio urbano”.
Cada vez mais vemos pessoas querendo se impor, ou destacar-se por meio da moda, usada como um artifício de imagem. A roupa, o sapato e os acessórios, estes entram cada vez mais na vida das pessoas não mais com o objetivo de cobrir o corpo, mas como ostentação, poder ou status. Em uma sociedade onde a maioria da população é considerada de baixa renda, o luxo ainda é colocado em prioridade.

A moda é sempre guiada pelas grandes grifes que lançam tendências e que ditam o que se deve ou não usar em determinada estação. Com a grande produção e influencia das informações, quem domina os meandros principais dessa área, pode se considerar privilegiado. Pessoas que sabem se vestir bem e se comportar em diferentes situações sem perder o charme são sempre bem vistas pela sociedade. O estilo pessoal é importante. Saber escolher entre tanta informação o que lhe é apropriado é um desafio que temos de enfrentar, para aprender estar inserido neste contexto.

[...] Lembre-se de que moda, como qualquer oferta que você receba, tem de ser avaliada, pesada, e depois adotada ou rejeitada.
Toda estação chega com um grande sortimento de novidades. Cabe a você escolher dentre elas as proporções que favorecem o seu corpo, as cores que combinam com sua pele, o corte de cabelo que reflete e expressa sua personalidade.
Moda é oferta. Estilo é escolha. [...] (KALIL, 2004 ,pag. 166)

A escolha é um momento difícil. Às vezes o figurino que uma atriz de novela está usando, inserido naquele contexto e propriamente programado para aquele corpo, fique lindo, mas isso não quer dizer que a mesma roupa combine com você. Aprender a se olhar no espelho e fazer dele seu melhor amigo, é indispensável ou uma simples questão de bom senso. Ter estilo não é uma questão de se vestir bem, é uma questão de fazer com que a roupa sirva você, e não você sirva a roupa. Vestir-se não é apenas colocar algo e sair por aí segurando uma roupa ao corpo. O que vestimos é, na verdade, o que somos e devemos sempre estar abertos às criticas para que então conheçamos melhor e mais a nós mesmos, pois o ato de se vestir não é mais apenas para cobrir a nudez, e sim para nos mostrar ao mundo.

[...] Ontem, uma pessoa se lançava na moda como se estivesse saltando de um trampolim. Com uma boa parte de despreocupação e firme intenção de ostentar luxo da forma mais insolente possível. A inovação se ela ainda tem um lugar hoje, realça menos o jogo do que a estratégia. Coberta por um aparelhagem econômica que lhe rouba muito de sua flexibilidade e quase toda sua espontaneidade. [...] (– BAUDOT, 2002, pag. 378.)

Observando nosso cotidiano nos shoppings, boates, nas ruas da cidade, percebemos como a moda tem invadido a vida das pessoas. Vemos que as pessoas começam a percebê-la de forma diferente, não como nos antigos impérios, onde a corte comandava, e as rainhas ditavam o que se deveria vestir.  Maria Antonieta pode ser citada como uma revolucionaria, pois em tempos em que a mulher não representava mais do que reprodutor, ela descobriu como através da moda revolucionar seu tempo, e influenciar o modo de pensar de várias mulheres.

[...] Houve tempo em que reis eram reis, nobres eram nobres e povo era povo. Não havia a menos hipótese de um camponês se tornar nobre. Não havia se quer casamento entre eles. [...] (KALIL, 2004, pag. 26.)

Fazer parte de uma sociedade elitista não é privilegio de reis, nobres ou o povo. O que nos diferencia dos nossos antepassados é que podemos crescer na vida, lutar pelo que queremos. A moda acompanha, como sempre acompanhou, essa sociedade elitista, em que os reis, hoje representados pela elite e pelas celebridades, usa grifes de grande renome ou consagradas pelo tempo. E a classe popular, que continua sendo a maioria luta pela fama e por um lugar de status. Buscar pela nossa identidade, não é mais só uma questão de estilo, e sim de destaque. Se conhecer antes de se mostrar é a melhor forma de se chegar a uma sociedade de opiniões, que se desenvolve cada dia mais.

Referências Bibliográficas:

KALIL, Glória. Chic[érrimo]: Moda e etiqueta em novo regime. 2ª Edição, São Paulo, Códex, 2004

BAUDOT, François. Moda do Século. 3ª Edição, São Paulo, Cosac Naify, 2002

WAJNMAN, Solange; ALMEIDA, Adilson José de (Org.). Moda, comunicação e cultura: um olhar acadêmico. São Paulo: Núcleo interdisciplinar de estudos de moda : arte ciência

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