segunda-feira, 20 de junho de 2011

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Por Camila Zamboni, Domitila de Paulo e Vitoria Lisboa.

RESUMO:
Atualmente, o graffiti aparece nos muros da cidade como uma forma de expressão do indivíduo que busca transmitir um pensamento, uma idéia à sociedade, mas nem sempre foi assim. O graffiti, como forma de linguagem passou por várias mudanças ao longo de sua história, começando na pré-história, passando por um período de discriminação e chegando ao seu patamar atual de arte urbana.
PALAVRAS-CHAVE: Graffiti; Desenho; Intervenção urbana; Arte; Linguagem.
O vestígio mais fascinante deixado pelo homem através dos tempos, foi sem dúvida a produção artística. Desta, a manifestação mais antiga foram os desenhos feitos nas paredes das cavernas. As pinturas rupestres foram os primeiros exemplos de graffiti que encontramos na história da arte. Como linguagem foi uma importante forma de expressão para os seres daquele contexto e consistem hoje para nós em códigos para decifração desse período tão distante e carente de documentação precisa. O termo graffiti surgiu no Império Romano a partir dos escritos feitos pelos cidadãos nas paredes. Ele significa “escrito” e o próprio material usado nesses atos: o grafite.
Durante muito tempo o graffiti ficou relegado à essa função.  Porém, foi na década de 60, a partir do movimento contra-cultural no qual os muros de Paris viraram suportes para inscrições de caráter poético-político, que o graffiti se disseminou pelo mundo como uma espécie de demarcação de território com tamanha força plástica que ganhou status de verdadeira obra de arte. Até então o graffiti era feito com carvão e grafite, mas, na década de 60 os jovens nova-iorquinos do bairro de Bronx inseriram a tinta em spray, adicionando a cor como um elemento importante da composição visual.
Nos Estados Unidos, o graffiti começou a despontar junto com o movimento do Hip-Hop, utilizando-se da mesma linguagem urbana. Dele participam os quatro elementos: DJs, Mc’s, B.boys e os grafiteiros, compondo a expressão colorida de protesto que o movimento sugere.

Na contemporaneidade, o graffiti transformou-se numa imagem alternativa, válvula de escape de realidade, e do caos do meio urbano, representando sonhos e personalidades somente possíveis graças ao seu desapego do que é, de fato, realidade, mas sem perder o sentido. A idéia do grafitti é ser assim como as garatujas, desenhos feitos por crianças ainda sem  o conhecimento completo da linguagem verbal, assim como os rabiscos e as gravações feitos em bancos de praça, árvores e banheiros. O grafitar se difunde de forma intensa nos centros urbanos, pelo ato de riscar, documentar, de forma consciente, ou não fatos e situações ao longo do tempo. Diz respeito à necessidade humana de expressar, assim como falar, dançar, cantar ou escrever. O graffiti, por ser no espaço público, veio para democratizar a arte, na medida em que acontece de forma arbitrária e descomprometida com qualquer limitação espacial ou ideológica.
Descompromissado em ser arte, o graffiti vem para compor o espaço urbano, através de uma linguagem ampla que não se limita apenas a ser ilustração, ter cores fortes ou tipos de traços, são diversos recursos com a intenção de expor ideologias, protestos ou identidade de quem o faz.  O graffiti tornou-se uma forma de comunicação entre o espaço urbano e o individuo, gerando identificação entre eles.
Desprendido de um sentido de posse privada, o graffiti ao decorar a cidade conecta-se aos seus passantes, resgatando o verdadeiro conceito de público.
BIBLIOGRAFIA
BORELLI, Laird (2000). Fashion Illustration Now. Londres: Thames & Hudson.
SÁ, Luciano (2008). Exposição coletiva no CCBNB apresenta grafite como linguagem artística. Fortaleza: Overmundo.

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