domingo, 12 de dezembro de 2010

A Moda e as Redes Sociais Virtuais

Por Ana Paula Mesquita, Marina Laender e Nayara Carvalho, alunas do 8º período de Design de Moda da Universidade FUMEC

Resumo: O presente artigo tem por objetivo apresentar e iniciar uma breve discussão a respeito da moda e as redes sócias, sendo esta, uma nova ferramenta de marketing.
Palavras chave: moda, redes sociais, marketing.

Cada dia mais as redes sociais virtuais vêm sendo usadas como ferramenta de marketing de relacionamento permitindo a aproximação com os consumidores. Uma vez no cenário online, as empresas funcionam como personagens, pois precisam corresponder às necessidades dos clientes, o que não traz resultados instantâneos, já que é preciso criar uma interação, compreender as expectativas dos usuários e qual o nível de comunicação que essa relação permite. Ao se aproximar do consumidor, a empresa necessita interagir de forma evidente para ter visibilidade e conseguir se relacionar de fato com os usuários da rede. Dentro desse contexto, as marcas precisam assumir a postura de não bombardear os consumidores com informações, pois estes, atualmente, são capazes de disseminar suas opiniões dentro das redes sem qualquer controle da marca a que eles se referem.

Contudo, se trata de uma ferramenta de baixo custo, que permite divulgar promoções e campanhas em grande escala, conseguir maior difusão da marca e permitir a aproximação com o consumidor, obtendo respostas e conhecendo as expectativas do mesmo.

Os primeiros blogs disponibilizados na internet funcionavam como publicação eletrônica e forma de expressão. Hoje os blogs são um veiculo de comunicação com o leitor ou clientes em potencial. (Ferreira; Vieira, 2010). No campo da moda, os blogs deram início à inclusão do assunto nas redes sociais, permitindo que os usuários acompanhassem os lançamentos, as notícias e a moda do mundo todo. Além disso, os usuários podem comentar, emitir suas opiniões (Ferreira; Vieira, 2010) e até postar fotos próprias com suas roupas preferidas, looks do dia, etc. Este último, tipo post, se tornou febre entre pessoas do mundo todo, elevando os blogueiros  a formadores de opinião. Isto porque de acordo com Ferreira; Vieira (2007) os post apresentam linguagem diferenciada, são textos curtos e organizados cronologicamente em blocos. O que facilita o acesso e o acompanhamento feito pelos seguidores.

Os blogs trazem a construção de uma rede de relações, construções e significados. O leitor de um texto, por exemplo, é convidado a verificar a sua fonte (através de um link), observar a discussão em torno do assunto (através dos comentários), é convidado a ler outros textos que tratam do mesmo assunto em outros blogs (através do trackback) e pode inclusive, fazer suas próprias relações através de uma participação ativa como comentarista ou como blogueiro, em seu próprio blog[1].

Recentemente a moda invadiu as redes de relacionamento, como Facebook, Orkut e Twitter. Estas redes possibilitam ao consumidor um relacionamento mais direto com as marcas desejadas. Isto acontece pelo próprio nome que se recebe ao seguir uma marca; no Orkut os seguidores são amigos; no Twitter, seguidores; no fecebook, amigo.

Uma conseqüência direta destes fenômenos da moda ligada às redes de relacionamento foi a difusão da moda entre todas as classes sociais, de modo que, as pessoas buscam cada vez mais criar uma identidade própria, mesmo que muitas vezes isso se refira a uma cópia daquilo que foi publicado na internet. Embora pareça que um número grande de pessoas tem acesso à internet no Brasil, este número ainda é pequeno e pertence a uma classe restrita. Segundo dados do IBGE, citados por Vasconcellos (2010) são 32,6 milhões de pessoas com mais de 16 anos no Brasil que têm acesso à internet em qualquer ambiente. Este número é pequeno se levarmos em conta que somos 180 milhões de brasileiros. Além disso, a grande maioria das pessoas pertencentes a este grupo fazem parte das classes A e B. Em função disso Vasconcellos (2010) propõe uma discussão interessante: a expansão de acesso a outros grupos populacionais que não A e B vai resultar em um perfil de visitação muito diferente do observado para as classes mais altas ou vai se manter similar?

Não há uma resposta pronta para esse questionamento. O interessante é pensar que, embora o mercado da moda hoje esteja vinculado as redes sociais na internet, ainda há espaço para a expansão desse mercado, uma vez que a “democracia da igualdade” (no que se refere ao acesso à tecnologia e, portanto, à moda) ainda está longe de ser alcançado, se é que isto acontecerá um dia. (Vasconcellos, 2010.)        

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


CARLI, Ana Mery Sehbe. O Sensacional da moda. Porto Alegre: Educs, 2002


FERREIRA, Aletéia; VIEIRA, Josiany. A moda dos blogs e sua influência na cibercultura: Dos diários virtuais aos posts comerciais. Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-graduação em Comunicação. Disponível em : <http://www.compos.org.br/files/21_aleteia.pdf> Acesso em: 07 Dez. 2010.


VASCONCELLOS, Aletéia Ferreira. O consumo da moda na cibercultura. Disponível em:
<http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sul2007/resumos/R0112-2.pdf> Acesso em: 07 Dez. 2010.

[1] Citação de Recuero feita por Ferreira; Vieira, 2007, p.4

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