“A foto de moda não é uma reportagem, mas uma visão. O
fotógrafo, como um mágico, conjuga pessoas perfeitas em um mundo idealizado, os
belos e bonitos, sob sua batuta como um deus criador. A apoteose da minoria, um
hino ao estilo. Porém seu afã de aliviar sua culpa, frequentemente trazer a
realidade para sua fotografia de moda, procura temas fora do mundo exclusivo
das roupas e encontra em todos os lugares evidências de uma realidade
imperfeita e terrível.”
Richard Bailey
A invenção da fotografia, em 1826 por Nicéphore Nièpce, trouxe mudanças
na percepção visual, histórica e técnica na sociedade moderna. Com sua
consolidação passou a substituir os pintores de oficio (retratos, vistas de
cidades e de campos, reportagens e ilustrações) e elevou a arte a um outro
nível. A crise gerada pela representação fotográfica gerou uma cisma entre os
simbolistas que acreditavam que fotografia superava a pintura na representação
da realidade e dos impressionistas, que acreditavam na simbiose das técnicas.
De fato com a fotografia podia-se ver muitos detalhes que passavam
despercebidos pela percepção visual, além disso com a fotografia conseguia-se
uma imagem destituída de traços, composta apenas por manchas e linhas.
A reprodutibilidade, a diminuição dos
tempos de exposição e a representação realística , assim como a sua rápida
propagação industrial, fizeram com que rapidamente o olhar modificasse para o
foce e desfoque gerados pela objetiva das câmeras. A fotografia passou também a
ter significado, atribuíram-lhe análises semióticas para decifrar seus signos.
Portanto, a fotografia muda de nível,
antes de apenas um novo modo de representar fielmente a realidade e agora para
um novo meio de observar e analisar o mundo. Com esse desenvolvimento surgem
grandes nomes como Nadar, que mesmo nos 1800 já era reconhecido por sua
produção fotográfica.
Embora se possa fazer uma estudo sobre
a historia da moda através das fotografias, a relação entre moda e fotografia
como conhecida hoje é bem recente. A partir de 1909 a fotografia passou a estar
presente nas revistas de moda para retratar a alta-costura e substituir as
ilustrações. Um dos principais nomes é o Barão Adolf de Meyer, precursor da
fotografia de moda e que mais tarde tornou-se fotografo chefe da Vogue e em
seguida da Harper’s Bazaar. Nos anos 1920 e 1930 a Man Ray e Edwar Steichen
começam a desenvolver fotografias mais experimentais e surrealistas, criando
assim um identidade para a fotografia de moda. Nos anos 1932 foi publicada a
primeira fotografia de moda colorida.
Nos anos 1940 e 1950, Irving Penn e Richard Avedon criaram uma nova
estética fotográfica, aliada a emancipação feminina. A figura feminina agora é
o foco da representação, apresentada de forma moderna e independente. A figura do fotografo também muda. Rcihard
Bailey noa anos 1960 foi um exemplo. Bailey foi inspiração para o personagem
principal do filme Blow-up.
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