segunda-feira, 11 de junho de 2012

O Luxo e suas Interferências

Por Bárbara de Oliveira e Cláudia Tessari


Resumo: O texto Experimental aborda o mercado de luxo a partir do desenvolvimento de  sua trajetória desde a década de 80 até os dias atuais. Para tanto faz-se uma analise das interferências que seus produtos, seus criadores e seus consumidores sofreram devido a essas mudanças.

Palavras-chave: luxo, consumo, mercado, consumidor.

O luxo é uma expressão da auto-imagem ou um papel desempenhado por uma pessoa. Ele trata do prestígio, de sonhos, da vaidade e do conforto. Na etimologia, luxo e luz têm o mesmo significado, demostrando que além da materialidade, a subjetividade é fator determinante na sua manifestação. Quando falamos materialmente do luxo podemos defini-lo como o suntuoso, o fausto, a pompa, o  extravagante, o supérfluo, a frivolidade, a aparência, o poder material. Mas, o luxo trata de um signo, um comportamento, uma vaidade. Ele está relacionado com prazer e satisfação.
O Luxo se relaciona ao raro, à restrição, ao exclusivismo. Por estar associado à qualidade, à diferença, à raridade, à satisfação pessoal e ao reconhecimento, ele é visto em aspectos econômicos como uma diferenciação com custo mais elevado. Carrega consigo a tradição: os consumidores de produtos de luxo estão alienados e valorizam raízes, ao mesmo tempo, que procuram uma identidade no que é único e individual.
Segundo Lipovetsky (2005) o luxo passou por um desenvolvimento internacional extraordinário nos anos 80 e foi plenamente reconhecido no setor econômico e industrial desde o fim dessa década, isto é, levando em consideração o tempo em que sofreu uma grande mudança, passou de uma lógica artesanal familiar, centrada na oferta e na criação, à uma lógica industrial e financeira focada nas necessidades do mercado, na concorrência e nos consumidores.
As marcas tiveram que conciliar a afirmação de uma “ética da casa”  e a “gestão rigorosa de suas marcas”, ( Lipovetsky, 2005), para sustentar seu sucesso no plano mundial.
O setor de luxo encontrou meios de crescimento entre classes médias, não se dirigindo mais unicamente à sua clientela rica tradicional, e se democratizando.
De acordo com o relatório oficial do Boston Consulting Group – BCG – os números do mercado de luxo nos obrigam a uma análise de opções de desenvolvimento futuro.
Falando de um mercado de quase 3 trilhões de euros divididos nas seguintes categorias:
Tradicionais :
Relógios e joias,
Moda e vestuário,
Artefatos e acessórios de couro,
Cosméticos e perfumes.
Emergentes :
Turismo e hotéis,
Tecnologia,
Bebidas alcoólicas e alimentação,
Móveis e decoração,
Spas, clubes e outras modalidades que exigem precisão e definição dos conceitos de participação geral para sua expansão de atividades.
Em se tratando do consumidor de produtos de luxo,  ele passou de uma geração da aparência, da identificação a uma geração do ser, da busca de sentido, da autenticidade, das emoções.
A sociedade moderna e seus valores emergentes, individualistas e hedonistas tornaram, então, o luxo necessário ao bem-estar, ao tratar-se bem, ao dar-se prazer; originário de uma vida material mais prática e mais funcional.
Hoje os consumidores são mais bem informados, mais exigentes. São sensíveis ao preço, e cada vez menos sensíveis à marca. Assim, passa-se do luxo a qualquer preço da década de 80, à justificação do preço pelo valor da criação, pelo valor do universo imaginário ou ainda pelos valores compartilhados com a marca.
O consumidor de luxo cada vez mais procura um produto artesanal único, “um mimo”, um atendimento diferenciado uma propaganda que apele mais para os seus sentidos a sua necessidade de autenticidade e de valorização maio do ser do que do ter.
Atualmente é preciso integrar os novos comportamentos dos consumidores, dos distribuidores e dos concorrentes na gestão de marcas. As marcas devem, portanto, unir a qualidade de produtos à autenticidade, provocando novas emoções e sensações aos consumidores modernos, pois será a essa simbologia a que se manterão fiéis.
Os consumidores atuais, levam em consideração a coerência e a autenticidade da oferta ética e estética da marca. Saber quem compra o quê e porquê nunca foi tão importante como agora. (Gabriela Otto -Revista FAAP-20/01/2011).
Para satisfazer esse novo consumidor as marcas devem se preocupar bastante em manter sua identidade e não enfraquecerem seus traços essenciais do luxo como exclusividade, refinamento e serviço.

Bibliografias:

MALUF, Rosangêla.// Luxo, mulheres e moda.//Revista Eletrônica da FAAP.//número 135.//09/04/12

BRAGA, João.// Sobre o luxo.//Revista Eletrônica da FAAP.//número 135.//09/04/12

D’ANGELO, André.// As principais influências sobre o consumidor de luxo.//Revista Eletrônica da FAAP.//número 135.//09/04/12

GASPAR, Patrícia.// Luxo: renda, acesso,e capital cultural.//Revista Eletrônica da FAAP.//número 135.//09/04/12

LIPOVETSKY, Gilles.// O Luxo Eterno.//São Paulo - SP.// Companhia das Letras.//2005.

OTTO, Gabriela.// O Novo Mundo do Luxo.//Revista Eletrônica da FAAP.//20/01/2011
BOSTON CONSULTING GROUP < disponível em: http://www.bcg.com/documents/file67444.pdf. > Acesso: 01/06/12.

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