Por Bárbara de Oliveira e Cláudia Tessari
Resumo: O texto Experimental aborda o mercado de
luxo a partir do desenvolvimento de sua trajetória desde a década de 80 até os dias atuais. Para tanto faz-se uma
analise das interferências que seus produtos, seus criadores e seus consumidores
sofreram devido a essas mudanças.
Palavras-chave: luxo, consumo, mercado, consumidor.
O luxo é uma expressão da
auto-imagem ou um papel desempenhado por uma pessoa. Ele trata do prestígio, de
sonhos, da vaidade e do conforto. Na etimologia, luxo e luz têm o mesmo
significado, demostrando que além da materialidade, a subjetividade é fator determinante na sua manifestação. Quando falamos materialmente do luxo podemos
defini-lo como o suntuoso, o fausto, a pompa, o extravagante, o supérfluo, a frivolidade, a
aparência, o poder material. Mas, o luxo trata de um signo, um comportamento,
uma vaidade. Ele está relacionado com prazer e satisfação.
O Luxo se
relaciona ao raro, à restrição, ao exclusivismo. Por estar associado à qualidade, à diferença, à
raridade, à satisfação pessoal e ao reconhecimento, ele é visto em aspectos
econômicos como uma diferenciação com custo mais elevado. Carrega consigo a
tradição: os consumidores de produtos de luxo estão alienados e valorizam
raízes, ao mesmo tempo, que procuram uma identidade no que é único e individual.
Segundo Lipovetsky (2005)
o luxo passou por um desenvolvimento internacional extraordinário nos anos 80 e
foi plenamente reconhecido no setor econômico e industrial desde o fim dessa
década, isto é, levando em consideração o tempo
em que sofreu uma grande mudança, passou
de uma lógica artesanal familiar, centrada na oferta e na criação, à uma lógica
industrial e financeira focada nas necessidades do mercado, na concorrência e
nos consumidores.
As marcas tiveram que conciliar a afirmação de uma “ética
da casa” e a “gestão rigorosa de suas
marcas”, ( Lipovetsky, 2005), para sustentar seu sucesso no plano mundial.
O setor de luxo encontrou meios de crescimento entre
classes médias, não se dirigindo mais unicamente à sua clientela rica
tradicional, e se democratizando.
De acordo com o relatório
oficial do Boston Consulting Group – BCG – os números do mercado de luxo nos
obrigam a uma análise de opções de desenvolvimento futuro.
Falando de um mercado de
quase 3 trilhões de euros divididos nas seguintes categorias:
Tradicionais :
Relógios e joias,
Moda e vestuário,
Artefatos e
acessórios de couro,
Cosméticos e
perfumes.
Emergentes :
Turismo e hotéis,
Tecnologia,
Bebidas
alcoólicas e alimentação,
Móveis e decoração,
Spas, clubes e
outras modalidades que exigem precisão e definição dos conceitos de participação geral para
sua expansão de atividades.
Em se tratando do
consumidor de produtos de luxo, ele
passou de uma geração da aparência, da identificação a uma geração do ser, da
busca de sentido, da autenticidade, das emoções.
A sociedade moderna e
seus valores emergentes, individualistas e hedonistas tornaram, então, o luxo
necessário ao bem-estar, ao tratar-se bem, ao dar-se prazer; originário de uma
vida material mais prática e mais funcional.
Hoje os consumidores são
mais bem informados, mais exigentes. São sensíveis ao preço, e cada vez menos
sensíveis à marca. Assim, passa-se do luxo a qualquer preço da década de 80, à
justificação do preço pelo valor da criação, pelo valor do universo imaginário
ou ainda pelos valores compartilhados com a marca.
O consumidor de luxo cada
vez mais procura um produto artesanal único, “um mimo”, um atendimento
diferenciado uma propaganda que apele mais para os seus sentidos a sua necessidade
de autenticidade e de valorização maio do ser do que do ter.
Atualmente é preciso
integrar os novos comportamentos dos consumidores, dos distribuidores e dos
concorrentes na gestão de marcas. As marcas devem, portanto, unir a qualidade
de produtos à autenticidade, provocando novas emoções e sensações aos
consumidores modernos, pois será a essa simbologia a que se manterão fiéis.
Os consumidores atuais,
levam em consideração a coerência e a autenticidade da oferta ética e estética
da marca. Saber quem compra o quê e porquê nunca foi tão importante como agora.
(Gabriela Otto -Revista FAAP-20/01/2011).
Para satisfazer esse novo
consumidor as marcas devem se preocupar bastante em manter sua identidade e não
enfraquecerem seus traços essenciais do luxo como exclusividade, refinamento e
serviço.
Bibliografias:
MALUF, Rosangêla.// Luxo, mulheres e moda.//Revista
Eletrônica da FAAP.//número 135.//09/04/12
BRAGA,
João.// Sobre o luxo.//Revista
Eletrônica da FAAP.//número 135.//09/04/12
D’ANGELO,
André.// As principais influências sobre o
consumidor de luxo.//Revista Eletrônica da FAAP.//número 135.//09/04/12
GASPAR,
Patrícia.// Luxo: renda, acesso,e capital
cultural.//Revista Eletrônica da FAAP.//número 135.//09/04/12
LIPOVETSKY, Gilles.// O Luxo Eterno.//São Paulo - SP.//
Companhia das Letras.//2005.
OTTO, Gabriela.// O Novo Mundo do Luxo.//Revista
Eletrônica da FAAP.//20/01/2011
BOSTON CONSULTING GROUP
< disponível em: http://www.bcg.com/documents/file67444.pdf.
> Acesso: 01/06/12.
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