segunda-feira, 21 de maio de 2012

Isabella Fonseca


Por Thiago Bernardo e Ana Beatriz Vasconcelos

A designer Isabella Fonseca, formada em 2011, pela Universidade Fumec, trabalha atualmente na equipe de estilo da Alphorria, e também faz parte do coletivo Não Contém Glúten, nesta entrevista, ela conta um pouco mais de como construiu sua carreira profissional, suas experiencias e conquistas.



Embora tenha formado recentemente quais experiências no mundo da moda você teve durante sua formação?
Iniciei minha carreira profissional trabalhando na área de produção de Moda, no segundo semestre de 2009. Trabalhei como assistente de produção por mais de um ano, passando pela Voice Design, empresa especializada em publicações de revistas de moda e arquitetura, tais como Season, Pátio Lifestyle e Habitat, e anúncios publicitários. Trabalhei também em parceria com o fotógrafo Fábio Cansado, auxiliando-o em projetos fotográficos relacionados à moda. Concomitantemente, trabalhei como assistente de produção, temporariamente para a revista Vogue, durante o Minas Trend Preview, no ano de 2010.
Além disso, trabalhei na área de criação e estilo para a confecção mineira Tidda.

Qual foi a importância delas? E qual foi a mais importante?
Sem dúvidas, a experiência profissional traz não só um crescimento pessoal, como também proporciona uma melhor visão do Mercado. Todas as minhas experiências profissionais foram importantes, mas a experiência que mais me identifiquei, sem dúvidas, foi na área de criação.

Como foi formar a marca do coletivo Não Contem Glúten, mesmo estando ainda na faculdade?
A Não Contém Glúten, partiu da vontade de iniciar um projeto que ultrapassasse os muros da Universidade e encontrasse sua verdadeira forma a partir do contato com os reais consumidores. Uma vez que todas nós tínhamos projetos paralelos, dentro e fora da faculdade, sentíamos a necessidade de criar algo que nos permitisse uma flexibilidade.

A primeira coleção foi um sucesso nacional, sendo divulgada no Brasil inteiro. Como estão os preparativos para a segunda coleção?
Realmente tivemos um retorno bastante positivo na primeira coleção lançada e não esperávamos tamanho sucesso. Desnorteadas com toda essa repercussão, resolvemos parar para nos formar, colocar as ideias no lugar e trazer não só uma nova coleção, como uma marca amadurecida e consistente. Na verdade, essa nova postura adotada por nós, veio não somente com a nossa formação, mas poderá ser percebida nitidamente nos projetos futuros. Na última semana, lançamos o nosso site e para as próximas, lançaremos pequenos projetos, que contarão algumas histórias. Por mais que a Não Contém Glúten tenha dado “um tempo”, nunca deixamos as ideias de lado. Como disse anteriormente, este retorno só reforça o amadurecimento da marca.

Sua coleção de formatura foi muito elogiada. Como foi o desenvolvimento do tema, da construção das peças?
Minha coleção apresentada no TCC surgiu de um processo espontâneo que teve como base de estudo a filosofia de Jean Paul Sartre e a psicanalise de Sigmund Freud. Desde o início, me encantei com a interpretação dos sonhos de Freud e a imaginação de Sartre. A partir daí, o tema fluiu sobre o universo livre da imaginação, tendo como referencia principal o imaginário infantil, traduzido sob a forma de estampas nas roupas. Para que o projeto atingisse a sua forma mais coerente e livre possível, foi desenvolvido uma parceria com crianças entre 2 e 3 anos, que desenharam espontaneamente sobre os tecidos. Além disso, foram propostas novas formas de usar as roupas, a partir da desconstrução de peças e invertendo as posições das peças. Foram criadas peças de cabeça para baixo, golas viraram barras, calças viraram camisas e shorts tinham três “pernas”. A maioria das peças apresentavam formas diferentes de vestir, o que reforçava ainda mais a liberdade proposta no tema.

Você teve a oportunidade de comercializar as peças, quais foram os benefícios de entrar em contato com o público?
A oportunidade de venda das peças veio a partir do convite do coletivo Restaurante Popular, no evento chamado “Pop-up Shop”, que reuniu não só o meu trabalho de graduação, mas também o de outros designers recém-formados. Durante o evento pude entrar em contato com o público através das minhas roupas e da minha assinatura, e receber um feedback das minhas peças.

Atualmente , você está na Alphorria, como é trabalhar na equipe de estilo de uma das grandes marcas do mercado de moda mineiro?
Tem sido uma ótima experiência trabalhar para a Alphorria, e ao mesmo tempo, de grande responsabilidade. O trabalho é intenso, e é preciso estar atento à tudo que acontece dentro da fábrica.

Qual é a sua função dentro da equipe?
Fui convidada para integrar a equipe de estilo da marca Alphorria Cult, à qual desempenho o papel de assistente de estilo. Sou responsável pelo desenvolvimento dos acessórios da marca e auxilio na criação das peças. Além disso, acompanho o processo da produção de cada peça, desde o corte, até o desenvolvimento das estampas.

Com base na sua experiência, como esta o mercado de moda em Minas Gerais, principalmente em Belo Horizonte?
O mercado de moda em Belo Horizonte está em expansão, portanto existem alguns hiatos no mercado que precisam ser preenchidos. Além disso, a qualidade dos profissionais tende a melhorar, o que está tornando o mercado bem exigente, quanto a formação e qualificação.


Qual a dica ou mensagem que você deixa para quem ainda está na faculdade e para aqueles que acabaram de se formar?
            Acredito que a pessoa deva adquirir o máximo de experiência possível, através de estágios em varias áreas do mercado, e também que faça cursos complementares à formação. É valido também desenvolver projetos dentro e fora da faculdade e desde já conquistar um lugar no mercado. 

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