Por Thiago Bernardo e Ana Beatriz Vasconcelos
A designer Isabella Fonseca, formada em 2011, pela Universidade Fumec, trabalha atualmente na equipe de estilo da Alphorria, e também faz parte do coletivo Não Contém Glúten, nesta entrevista, ela conta um pouco mais de como construiu sua carreira profissional, suas experiencias e conquistas.
Embora tenha formado recentemente quais
experiências no mundo da moda você teve durante sua formação?
Iniciei minha carreira
profissional trabalhando na área de produção de Moda, no segundo semestre de
2009. Trabalhei como assistente de produção por mais de um ano, passando pela
Voice Design, empresa especializada em publicações de revistas de moda e arquitetura,
tais como Season, Pátio Lifestyle e Habitat, e anúncios publicitários.
Trabalhei também em parceria com o fotógrafo Fábio Cansado, auxiliando-o em
projetos fotográficos relacionados à moda. Concomitantemente, trabalhei como
assistente de produção, temporariamente para a revista Vogue, durante o Minas
Trend Preview, no ano de 2010.
Além disso, trabalhei na
área de criação e estilo para a confecção mineira Tidda.
Qual foi a importância delas? E qual foi a mais
importante?
Sem dúvidas, a experiência
profissional traz não só um crescimento pessoal, como também proporciona uma
melhor visão do Mercado. Todas as minhas experiências profissionais foram
importantes, mas a experiência que mais me identifiquei, sem dúvidas, foi na área de
criação.
Como foi formar a marca do coletivo Não Contem
Glúten, mesmo estando ainda na faculdade?
A Não Contém Glúten, partiu
da vontade de iniciar um projeto que ultrapassasse os muros da Universidade e
encontrasse sua verdadeira forma a partir do contato com os reais consumidores. Uma vez que todas nós
tínhamos projetos paralelos, dentro e fora da faculdade, sentíamos a
necessidade de criar algo que nos permitisse uma flexibilidade.
A primeira coleção foi um sucesso nacional,
sendo divulgada no Brasil inteiro. Como estão os preparativos para a segunda
coleção?
Realmente tivemos um
retorno bastante positivo na primeira coleção lançada e não esperávamos tamanho
sucesso. Desnorteadas com toda essa repercussão, resolvemos parar para nos
formar, colocar as ideias no lugar e trazer não só uma nova coleção, como uma
marca amadurecida e consistente. Na verdade, essa nova postura adotada por nós,
veio não somente com a nossa formação, mas poderá ser percebida nitidamente nos
projetos futuros. Na última semana, lançamos o nosso site e para as próximas,
lançaremos pequenos projetos, que contarão algumas histórias. Por mais que a
Não Contém Glúten tenha dado “um tempo”, nunca deixamos as ideias de lado. Como
disse anteriormente, este retorno só reforça o amadurecimento da marca.
Sua coleção de formatura foi muito elogiada.
Como foi o desenvolvimento do tema, da construção das peças?
Minha coleção apresentada
no TCC surgiu de um processo espontâneo que teve como base de estudo a
filosofia de Jean Paul Sartre e a psicanalise de Sigmund Freud. Desde o início,
me encantei com a interpretação dos sonhos de Freud e a imaginação de Sartre.
A partir daí, o tema fluiu sobre o universo livre da imaginação, tendo como
referencia principal o imaginário infantil, traduzido sob a forma de estampas
nas roupas. Para que o projeto atingisse a sua forma mais coerente e livre
possível, foi desenvolvido uma parceria com crianças entre 2 e 3 anos, que
desenharam espontaneamente sobre os tecidos. Além disso, foram propostas novas
formas de usar as roupas, a partir da desconstrução de peças e invertendo as posições
das peças. Foram criadas peças de cabeça para baixo, golas viraram barras,
calças viraram camisas e shorts tinham três “pernas”. A maioria das peças
apresentavam formas diferentes de vestir, o que reforçava ainda mais a
liberdade proposta no tema.
Você teve a oportunidade de comercializar as
peças, quais foram os benefícios de entrar em contato com o público?
A oportunidade de venda das
peças veio a partir do convite do coletivo Restaurante Popular, no evento
chamado “Pop-up Shop”, que reuniu não só o meu trabalho de graduação, mas
também o de outros designers recém-formados. Durante o evento pude entrar em
contato com o público através das minhas roupas e da minha assinatura, e
receber um feedback das minhas peças.
Atualmente , você está na Alphorria, como é
trabalhar na equipe de estilo de uma das grandes marcas do mercado de moda
mineiro?
Tem sido uma ótima
experiência trabalhar para a Alphorria, e ao mesmo tempo, de grande
responsabilidade. O trabalho é intenso, e é preciso estar atento à tudo que acontece
dentro da fábrica.
Qual é a sua função dentro da equipe?
Fui convidada para integrar
a equipe de estilo da marca Alphorria Cult, à qual desempenho o papel de
assistente de estilo. Sou responsável pelo desenvolvimento dos acessórios da
marca e auxilio na criação das peças. Além disso, acompanho o processo da
produção de cada peça, desde o corte, até o desenvolvimento das estampas.
Com base na sua experiência, como esta o mercado
de moda em Minas Gerais, principalmente em Belo Horizonte?
O mercado de moda em Belo
Horizonte está em expansão, portanto existem alguns hiatos no mercado que
precisam ser preenchidos. Além disso, a qualidade dos profissionais tende a
melhorar, o que está tornando o mercado bem exigente, quanto a formação e
qualificação.
Qual a dica ou mensagem que você deixa para
quem ainda está na faculdade e para aqueles que acabaram de se formar?
Acredito
que a pessoa deva adquirir o máximo de experiência possível, através de estágios em varias áreas
do mercado, e também que faça cursos complementares à formação. É valido
também desenvolver projetos dentro e fora da faculdade e desde já conquistar
um lugar no mercado.
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