A revista retros entrevista a costureira, Cida Maria de Oliveira, 53, natural de Patos de Minas- Minas Gerais. Nessa entrevista ela nos fala que como descobriu cedo sua vocação e que passou por muitos obstáculos até conseguir se estabelecer na profissão. Conta sua trajetória desde quando começou a fazer roupa para a familia, e para algumas clientes, até se mudar para Belo Horizonte, depois para São Paulo e finalmente retornar à capital mineira. Hoje sua especialidade é a alta-costura e diz que atualmente não há trabalho que ela não possa fazer e que se orgulha de sua profissão.
Revista retrós: Como você aprendeu a costurar?
Cida: Comecei
fazendo roupas para as minhas bonecas sempre querendo fazer melhor. Passei a
fazer roupas para as minhas irmãs, até o dia em que minha mãe perguntou se eu não
queria fazer uma roupa para ela. Fiz e assim passei a vestir a família toda.
Revista retrós: Qual foi seu primeiro emprego?
Revista retrós: Qual foi seu primeiro emprego?
Cida: Aos treze anos fiz um curso de corte e costura.
Logo comecei a pegar encomendas. No começo os clientes tinham um pouco de
receio porque eu era muito pequena e eles tinham medo de que eu pudesse estragar
ou pegar parte do tecido para mim. Na época era comum a costureira ficar com as
sobras de tecidos. Eu fiz um, dois, três e as pessoas passaram a confiar em mim
e fui conquistando a freguesia.
Revista retrós: E como você veio parar em Belo Horizonte?
Cida: Com
15 anos eu vim para Belo Horizonte para morar com uma prima. Nessa época ainda não trabalhava aqui como costureira,
apenas ajudava na casa. Vim por que eu sempre pensava em sair de Patos de Minas para tentar uma vida
melhor. Aos 18 anos fui para São Paulo e lá me tornei uma costureira
profissional. Depois, como gostei muito de morar em Belo Horizonte, resolvi voltar e tentar a
vida aqui mesmo.
Revista retrós: Foi grande o choque de sair de Patos de Minas e ir parar em São Paulo?Cida: Fui só com a coragem e uma sacola. Cheguei em setembro e estava frio. Com o tempo tudo foi se ajeitando e fui acostumando com o imenso São Paulo.
Revista retrós: Foi grande o choque de sair de Patos de Minas e ir parar em São Paulo?Cida: Fui só com a coragem e uma sacola. Cheguei em setembro e estava frio. Com o tempo tudo foi se ajeitando e fui acostumando com o imenso São Paulo.
Revista retrós: Foi difícil achar emprego lá?
Cida:
Não, porque já tinha umas amigas trabalhando lá e consegui um trabalho em
Sorocaba numa confecção de roupas para bonecas. Fazia roupa para fofolete e
outros brinquedos.
Revista retrós: Era difícil costurar peças tão minúsculas?
Cida:
Era muito complicado, e por isso aprendi muito. Lá, a chefe me estimulou e tive
contato com máquinas de costura industriais. Fui me soltando. Comecei a trabalhar
com overloque e galoneira.
Revista retrós: E depois dessa confecção?
Revista retrós: E depois dessa confecção?
Cida:
Voltei para Belo Horizonte. Umas amigas estavam morando aqui e falaram que
havia boas oportunidades. Aí não parei mais: passei por várias confecções e
comecei a trabalhar com roupas de alta-costura.
Revista retrós: Qual a diferença da confecção de roupas casuais e da de alta-costura?
Cida: A
exigência é muito maior. A qualidade está em primeiro lugar porque o consumidor
está disposto a gastar muito dinheiro para poder exigir a perfeição em tudo.
Revista retrós: Tem algum tecido, ou algum acabamento mais chatinho que você tenha dificuldade de costurar?
Revista retrós: Tem algum tecido, ou algum acabamento mais chatinho que você tenha dificuldade de costurar?
Cida: Hoje não tem trabalho que eu não saiba fazer. Não
acho nada difícil.
Revista retrós: Você fica orgulhosa quando vê alguém com uma roupa que costurou?
Cida: Tenho muito orgulho sim. A profissão de costureira é muito linda e poderia ser mais valorizada.
Revista retrós: Você fica orgulhosa quando vê alguém com uma roupa que costurou?
Cida: Tenho muito orgulho sim. A profissão de costureira é muito linda e poderia ser mais valorizada.
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