segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O desconstrutivismo da moda japonesa


Por: Maíra S. Honorato e Camila Lima

Resumo:
O artigo aborda a evolução do desconstrutivismo na moda japonesa, que deu inicio nos anos 90 com muito volume e desconstrução nas roupas para quem não tem medo de ousar e de aparecer.

Palavras chaves:  volumes, formas, cores,  estampas, aviamentos, modelagem descontrutiva, recortes,  excesso.

O desconstrutivismo  japonês, foi o movimento que influenciou na moda mundial, essa cultura retrata quem não tem medo de errar. Mais que status social, a moda em Tóquio é uma ferramenta de comunicação e expressão, é o vestuário manifestando o ápice da individualidade através do estilo, o que permite visualizar detalhes como tecidos, aplicações, aviamentos, formas, volumes e modernidade nas roupas.
Os estilistas japoneses ganham espaço internacional desde o início da década de 80. No princípio eram vistos como imitadores, já que não tinham a tradição dos europeus.          
Ao imprimir, em suas coleções, traços das raízes japonesas, começaram a se destacar. Os desfiles e a moda japonesa ainda não ganharam todo o destaque que merecem, na mídia internacional, mas sua indústria da moda vai ganhando espaço e a maior prova disso é o sucesso da 4ª. Edição do Japan Fashion Week.

Os estilistas japoneses que revolucionaram o mundo da moda

Kenzo Takada, que na década de 1960, influenciado por suas irmãs,  decidiu estudar moda no renomado Bunka Fashion College de Tóquio. Pouco tempo depois, mudou-se para Paris. Para pagar contas, vendia croquis para revistas de moda por apenas cinco dólares. Seu talento logo foi notado. Inaugurou sua primeira boutique na década de 1970, em Paris, e rapidamente se transformou no estilista japonês mais prestigiado do mundo.

A mais de quatro décadas Kenzo Takada se dedica à moda, ele atingiu a fama nos anos 80 pelo seu estilo diversificado, misturarando padrões e estilos, e ao alinhar, harmoniosamente, idéias orientais e ocidentais, hoje, apesar de aposentado, mantém sua marca Kenzo: http://www.kenzo.com/ 
Kenzo abriu caminho para outros mestres orientais, como Issey MiyakeYohji Yamamoto e Rei Kawakubo

Issey Miyake, conhecido por contestar, questionar e estar sempre à procura de novos caminhos para as vestimentas. Nos anos 1980, investiu nas técnicas dos plissados, realizando modelos que remetiam ao universo das gaiolas e lanternas orientais, esculturas e às formas da Antiguidade. Seus vestidos de linha plissada são sua marca registrada. 
Miyake nasceu em 1938 em Hiroshima, no Japão, e formou-se em artes gráficas. Trabalhou com Hubert Givenchy, em Paris, e mostrou sua primeira coleção em Nova York em 1972.

Yohju Yamamoto nascido em 1943, este mestre japonês da arte de cortar e grande arquiteto do vestuário põe em questão a estrutura e a postura do traje em cada uma de suas coleções.  Distancia-se do estilo sexy da mulher fatal. Propõe uma mulher casta, reservada, exibindo uma neutralidade de fachada.
A mulher, segundo Yamamoto, somente se revela pouco a pouco. Hoje, declaradamente antimoda, o japonêsYohji Yamamoto tornou-se num dos mais influentes e enigmáticos estilistas em todo o mundo.


Rei Kawakubo, nascida em 1942,  é mais conhecida como fundadora da hoje internacionalmente conhecida grife Comme des Garçons, criada no Japão em 1969.Estudou filosofia, arte e literatura, formação determinante para a proposta conceitual de suas peças. As roupas apresentadas na primeira coleção de sua grife, em 1981, desafiavam todas as convenções pelo tratamento dos volumes e das proporções, que ganharam um novo equilíbrio, pela presença de comprimentos irregulares e pelas superposições assimétricas.O uso do preto, cor não muito popular à época, se impôs em definitivo no dia-a-dia.
As construções da estilista são esculturais, voltando-se mais para a estrutura do que para a superfície. Atualmente, ela é um nome consagrado no mundo todo, e continua a propor uma moda que sempre surpreende pelas novas soluções encontradas.

     "Eles mudaram os conceitos sobre o modo de se vestir trazendo formas esculturais e arquitetônicas para as peças"

 Suas propostas eram tipicamente japonesas, com roupas de tecidos naturais tingidos com ervas, cores neutras, como preto, cinza e tons de terra, repletas de valores ancestrais e ecológicos. No verão de 1983, esses estilistas fizeram os fashionistas em todo o mundo suar frio, encherem-se de perplexidade ou de entusiasmo. Eles afirmaram um estilo que mudava totalmente o consenso em vigor, o da mulher fatal, com laquê, ombros acentuados e saltos altos. Algumas peças faziam referência ao fim do mundo, Hiroshima e à influência do movimento punk, com saltos baixos, ausência de maquiagem, pudor e reserva.
A indústria da moda japonesa vai se fortalecendo e ganhando espaço no mundo todo.

Referencias:

Issey Miyake
Yohji Yamamoto
 Rei Kawakubo



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