segunda-feira, 19 de março de 2012

Bárbara Garcia por Revista Retrós

A revista retros entrevista a estudante do sétimo período do curso de design de moda da Universidade Fumec, Bárbara Garcia Silveira, 21, natural de Belo Horizonte- Minas Gerais. Nessa entrevista ela nos fala que descobriu que tinha vocação para a careira desde muito cedo, quando adorava costurar as roupas de suas bonecas, conta que as matérias de artes na escola eram as preferidas por ela e também que sempre gostou de se vestir de forma diferente e original. Durante este período de formação, já teve experiência com produção de vitrine em duas lojas em Belo Horizonte e em algumas áreas no setor de estamparia. Atualmente começou uma marca de bolsas chamada Bárbara e é nessa área que pretende continuar sua carreira como designer e estilista.

Revista retros: De onde surgiu seu interesse pelo design de moda?
Bárbara: Desde o colegial sempre gostei das matérias que envolviam desenho, argila, pintura. Aos 14 anos fiz um curso de argila e me apaixonei ainda mais pela criação. Na época do vestibular me inscrevi para cursar Design de Produto, mas, ao conhecer direito as áreas do Design me apaixonei por todas aquelas fornecidas pela Universidade Fumec: Design Gráfico, de Interiores, de Moda e de Produto. Foi difícil escolher qual área iria especializar, acabei optando por Moda, pois foi a que mais me tocou.

Revista retros: Como você traduziria “a que mais me tocou”?
Bárbara: Seria aquela área que causa uma satisfação a ponto de pensar que não falta mais nada. É exercer a profissão que você não gostaria de trocar jamais. Conseguir criar algo que traga novidade e diferencial para as pessoas é maravilhoso, afinal, isso é moda para mim, e é isso que busco nas minhas criações.  

Revista retros: Hoje em dia você acredita ter feito a escolha certa?
Bárbara: Com certeza, pois, cursando design de moda, busco me incluir nas outras áreas do design, afinal, tudo está um pouco interligado, principalmente agora que comecei a marca de bolsas. Me vejo muito no design gráfico quando faço as estampas e meus cartões de visita, e também  incluída no design de produto, afinal bolsa é um produto, que traz junto com ele a emoção que havia falado que a moda me traz.

Revista retros: Você teve o apoio de que precisava para encarar uma escolha profissional pouco comum no que se refere às profissões que as pessoas comumente conhecem?
Bárbara: Meus pais sempre me apoiaram em todas as minhas decisões desde minhas aulas de artes até minha escolha profissional. Hoje em dia minha mãe me ajuda na divulgação e venda das bolsas. Sempre quis ter meu próprio dinheiro, ter minha liberdade. Com o curso vi a possibilidade crescer no ramo da criação e conciliar o que gosto com meu trabalho.
Revista retros: Quando formar o que pretende fazer?
Bárbara: No final desse ano ao formar, pretendo continuar com a marca Bárbara. Tenho o desejo de conseguir abrir um especo para melhor apresentar meus produtos para as pessoas. Acredito que a internet é ótima para venda, mas não se compara a ver, tocar, experimentar. É importante observar de perto a linha da coleção para entender um pouco mais a criação do estilista.
Revista retros: O que você acha das tendências de moda em uma criação?
Bárbara: Acho importante, mas não deve ser uma prisão. Tendências são importantes pois são reflexos do que a sociedade esta sofrendo a respeito de alguma necessidade de mudança, mas acho que simplesmente seguir a tendência não é legal. Para mim isso não é moda. Vejo a moda como o acompanhamento de algo que provavelmente será desejo da sociedade tendo incluído nesse fenômeno o olhar criador, diferenciado, algo novo que surge através da ruptura do que já estava desgastado. Procuro tecidos, texturas e estampas diferenciadas nas criações.

Revista retros: Você gosta de buscar referências em outros países e culturas? 
Bárbara: Sim, adoro. Acho muito importante entender outras culturas e comportamentos, pois, tendo como referencia outras culturas, trazemos algo novo para a nossa. É importante ter um mix de influências sem perder o traço Brasileiro que é maravilhoso. Muitas vezes, por estarmos tão inseridos na cultura brasileira, não percebemos. Sou apaixonada pelo Brasil. Para mim é um dos países mais ricos de referencias culturais e estéticas. Esta tudo em volta. É só saber enxergar.

 
Revista retros: Você segue as mudanças de estação? Acredita que o guarda roupa deve ser trocado a cada estação?
Bárbara: Sigo, mas não de forma ditatorial. Moramos em um país tropical onde as mudanças de estação não são tão marcantes mas precisam ser observadas.  Acho que faltam estilistas que pensem no conforto das pessoas também. Alguns criadores, na minha visão, criam coleções que seriam de inverno no verão e vice-versa. Mas mesmo pensando nas mudanças climáticas, não acho que as roupas são descartáveis, jamais. Um vestido que, por exemplo, se usou no verão pode ser usado no inverno com uma meia calça ou com um casaco novo, por exemplo, sem problema nenhum. Adoro pegar uma peça antiga e descobrir nela outras formas de usar.

 
Revista retros: O que você acha do mercado de moda em Belo Horizonte?
Bárbara: Acho que temos muito a explorar aqui em BH. É um dos poucos lugares do Brasil em que as pessoas valorizam uma peça bem feita, diferenciada. É um mercado com visível expansão nos últimos anos, onde o artesanato influencia muito na moda. Vejo muitas pessoas que começaram de forma pequena e se deram bem aqui. Basta conseguir tocar o público alvo que valoriza. No caso é o grande desafio. Acredito que se uma pessoa consegue conquistar um publico e expandir em Minas Gerais, a probabilidade de se dar bem em outros grandes centros é muito grande.   

Revista retros: O que você acredita que o designer de hoje deve ter para conquistar o seu publico alvo?
Bárbara: Para conquistar o publico que deseja acho que o designer precisa primeiro estudar a vida dessas pessoas, quais são os hábitos, quais lugares freqüentam, qual imagem quer passar para a sociedade. Assim poderá se encaixar nas expectativas do cliente e conseguir tocá-lo de alguma forma.

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