segunda-feira, 19 de março de 2012

Amanda Botrel por Giulianna Oliveira

Amanda Botrel,20 anos, é designer de moda em formação pela Universidade Fumec. Nascida em Lavras,cidade do interior de Minas Gerais,ela interessou-se naturalmente pela área de moda e desde sempre desenhou e costurou roupinhas para bonecas. Posteriormente passou a fazê-lo para as amigas e hoje o faz profissionalmente. Possui algumas experiências internacionais e  uma delas foi um curso de história da moda e da arte no Instituto Politécnico de Milão em janeiro de 2011. Seu primeiro trabalho foi como assistente de produção do lançamento da coleção de inverno 2011 e verão 2012 da marca Luiza Barcelos. Logo depois trabalhou como assistente da abertura do Minas Trend Preview 2011. Estagiou ainda na empresa mineira Frutacor, como stylist e na segunda e última edição do Garifashion (fevereiro de 2012) foi uma das finalistas. Futuramente pretende fazer moda para crianças.

Revista Retrós: Em que momento da sua vida você percebeu que a moda era mais do que um bem de consumo ou uma distração?
Amanda: Desde pequena sempre fui muito envolvida com moda,como já disse, fui criada em uma cidade muito pequena chamada Perdões. Fui descobrir a moda como profissão, que estava para além do trabalho de uma costureira, apenas no ensino médio quando procurava escolher o curso para o qual prestaria vestibular,já que as profissões mais tradicionais não me atraiam. A minha paixão por desenhar e fazer roupinhas era apenas paixão até o dia em que descobri o design de moda.

Revista Retrós: O fato de ser do interior te dificultou ou ajudou?
Amanda: Não me dificultou, não, muito pelo contrário. Como a cidade de que vim é muito pequena,todo mundo conhece todo mundo e sempre que preciso de ajuda alguém está disponível para me ajudar,seja com a experiência de anos em uma máquina de costura seja com causos que inspiram ou no que mais surgir.

Revista Retrós: Nos cursos que fez em Milão,o que mais te acrescentou?
Amanda: A história da arte ao meu ver,está amplamente ligada ao universo da moda. Nos serve sempre de inspiração e acredito que quanto mais se conhece e entende sobre aquilo que se faz, melhor.O fato de ter conhecido e entendido mais sobre o mundo da moda e da história da arte me facilitaram muito na escolha de um tema, principalmente na forma de ver e de analisar uma proposta que me é dada para transformar em uma coleção.

Revista Retrós: O que mais aprendeu quando trabalhou na Luiza Barcelos?
Amanda: Na Luiza Barcelos eu não trabalhei no desenvolvimento da coleção, mas, sim, na sua apresentação  para o público e percebi um certo desinteresse de compradores pelo tema daquuela coleção. Eles olhavam apenas com olhos voltados para o que é rentável, o que me chateou bastante e me fez entender o porque de vitrines tão mal elaboradas, tão desconexas com o que é proposto pelas marcas de um modo geral.Para o público consumidor talvez não seja tão perceptível isso,mas, talvez, se entendessem o que consomem, se soubessem de onde veio aquela idéia eles se encantassem mais e se identificassem emocionalmente com o produto e o adquiressem não apenas pela beleza ou conforto,mas também pelo envolvimento sentimental com aquela peça.

Revista Retrós: No estágio na Frutacor o que você vivenciou que a fez ver a moda de uma forma diferente.
Amanda: De certo modo,a descoberta que fiz foi um pouco decepcionante. Na faculdade nos é estimulado e cobrado a criação ou uma completa transformação, levando em conta a teoria de que "nada se cria,tudo se transforma". Eu vi muito a exigência do consumidor por aquilo que é apresentado por marcas que lançam tendências como Dior, Versace,Armani,entre outras e me entristeceu um pouco isso,da falta de liberdade que o mercado impõe para uma marca que não é vanguardista.

Revista Retrós: O que a experiência internacional te proporcionou no mundo da moda?
Amanda: O convívio com culturas diferentes da sua lhe proporciona um aprendizado gigantesco: a forma de vestir, o uso da estampa, o valor e importância que elas têm. Eles te apresentam todo um universo particular que lhe proporciona uma  infinidade de composições e, principalmente, coragem para ousar e abusar na criação e montagem de um look.

Revista Retrós: Como foi para você participar e ter ficado entre as finalistas do concurso Gari Fashion?
Amanda: Fiquei muito contente e muito apreensiva porque eu tive apenas 10 dias para construir o vestido — já que eu não estava no Brasil quando recebi a notícia de que fui selecionada. Só quando voltei pude começar! Foi uma luta contra o tempo,mas foi muito divertida!

Revista Retrós: Porque você decidiu trabalhar com moda infantil?
Amanda: Minha sogra tem uma confecção de peças de cama, mesa e banho para bebês e acabei me envolvendo nesse universo e me identificando muito,o que facilitou bastante minha escolha. Embora tenha tido experiência na área de calçados e roupas para jovens, não  me identifiquei tanto com o trabalho como aconteceu com a moda para crianças.

Revista Retrós: Profissionalmente falando,quais seus planos para seus primeiros cinco anos após o término da faculdade?
Amanda: Pretendo fazer pós graduação na área de brand para aprofundar mais no campo comercial e empresarial da moda, que me interessa muito e que me auxiliará futuramente na montagem da minha confecção.

Revista Retrós: Você pretende construir sua carreira onde?
Amanda: Não tenho planos objetivos nesse sentido.Onde surgirem boas oportunidades e para onde os melhores ventos soprarem,estou indo.


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