segunda-feira, 13 de junho de 2011

Beatniks e a moda

Por Aline Santos e Clara Vaz , Alunas do 7º e 6º período de Design de Moda da Universidade FUMEC/FEA.

Resumo:
O seguinte artigo trata de jovens do anos 50, os denominados Beatniks. Este pretende explorar um pouco a origem dos Beats, discorrendo sobre seu comportamento, personalidade, vestimentas, hábitos e suas influências no mundo da moda. Aponta a importância desse movimento para os caminhos que abriu para essa moda que atende a linguagem da geração jovem.

Palavras-chave: Moda; comportamento; geração beat; cultura.
Estar em movimento. Eis o principal objetivo da Geração Beat, grupo de jovens intelectuais americanos que, em meados dos anos 50, cansados da monotonia da vida ordenada e da idolatria à vida suburbana na América do pós-guerra, resolveram, regados a jazz, drogas, sexo livre e pé-na-estrada, fazer sua própria revolução cultural através da literatura.
O termo Beat, usado para classificar a nova geração, é de origem controversa. Jack Kerouac – principal escritor do movimento – queria que o termo fosse uma abreviação de beatitude (mesmo significado em português), enquanto outros, principalmente os críticos e estudiosos, atribuíram tal denominação à influência direta do jazz, principal fonte de gírias e novos termos da contracultura da época. Da soma do radical beat com o sufixo do satélite russo Sputnik, que havia sido mandado ao espaço em 1957, surge a palavra beatnik, usada para designar dali em diante todos os seguidores do movimento.
Jack Kerouac nasceu a 12 de março de 1922, em Massachusetts. Era uma criança séria e muito dedicada à sua mãe. Como jogador de futebol, o jovem Kerouac ganhou uma bolsa de estudos para a Universidade de Columbia, em Nova Iorque, que ele abandonou em seguida após uma briga com o treinador. Não se ajustando ao exército, acabou na Marinha Mercante, onde ficou algum tempo. Quando não estava viajando, Jack andava por Nova Iorque acompanhado de seus amigos “delinquentes” de Columbia, entre eles Allen Ginsberg.
Na tentativa de escrever sobre as surpreendentes viagens que vinha fazendo com o amigo de Columbia, Neal Cassady, Kerouac experimentou formas mais livres e espontâneas de escrever, contando as suas viagens exatamente como elas tinham acontecido, sem parar para pensar ou formular frases. O manuscrito resultante sofreria 7 anos de rejeição até ser publicado. Jack escrevia vários romances, que ia guardando em sua mochila, enquanto vagava de um lado a outro do país.
Em 1957, quando Allen Ginsberg e outros escritores começavam a ficar conhecidos como a Geração Beat (termo que o próprio Kerouac tinha criado anos antes), os editores manifestaram o seu interesse pelos manuscritos de Jack, publicando, finalmente, “Pé Na Estrada”, que se tornou um estrondoso sucesso popular. De repente, Kerouac foi surpreendido ao se ver no papel de jovem ícone beat para o público, porém, amargado pelos anos de rejeição, ele não sabia como reagir. Os críticos literários não o levavam a sério como escritor, passando a ridicularizar o seu trabalho e ferindo-o profundamente. A partir desse subito momento de fama, ele passa por um declínio moral e espiritual. Tentando viver a imagem selvagem que tinha apresentado em “Pé Na Estrada”, entregou-se ao alcoolismo, o que apagou o seu brilho natural e lhe envelheceu prematuramente.        Seus amigos o viam como uma pessoa carente e instável. Ele ainda publicaria outros livros, mas a maioria tinha sido escrita no período em que não encontrava um editor.
Os beatniks foram os primeiros a difundir, para a juventude ocidental, o zen-budismo, a meditação transcendental, as experiências da vida ao ar livre, as caronas, a celebração de si mesmo em harmonia com o universo.
Perguntavam que sentido existia na roupa e se vestiam pobremente à moda franciscana. Usavam cabelos desalinhados, barba e bigode por fazer, sandálias nos pés e uma bolsa pendurada em um dos ombros para carregar seus livros.
As moças, solidárias com os jovens beatos tiveram em Audrey Hepburn seu maior ícone, veiculado pela cultura da sétima arte. Mostravam-se ao mundo em luto profundo dentro de estreitas roupas negras, como aquelas novíssimas calças justas e os tween sets colados ao corpo. Nos pés usavam sapatilhas de bale como desdém pelo luxo dos saltos altos e finos usados pelas jovens da burguesia emergente que se vestiam pelos ditames do New Look de Dior. Nesse cenário, a transformação da moda iria ser radical. Era o fim da moda única, que passou a ter várias propostas e a forma de se vestir se tornava cada vez mais ligada ao comportamento.
Conscientes desse novo mercado consumidor e de sua voracidade, as empresas criaram produtos específicos para os jovens, que, pela primeira vez, tiveram sua própria moda, não mais derivada dos mais velhos. Aliás, a moda era não seguir a moda, o que representava claramente um sinal de liberdade, o grande desejo da juventude da época.
Além da já citada Audrey Hepburn as atrizes Jean Seberg, Natalie Wood, Anouk Aimée, modelos como Twiggy, Jean Shrimpton, Veruschka ou cantoras como Joan Baez, Marianne Faithfull e Françoise Hardy, acentuavam ainda mais os efeitos de uma nova atitude.Em termos do vestuário; não compre roupa cara, isso seria hipocrisia. Compre em lojas baratas de preferências produzidas no seu pais. As boinas eram muito famosas e ficaram estereotipadas pelo movimento. A roupa formal, como camisas, vestidos retos, saias tubo, sapatos clássicos, calças de alfaiate (para homem), eram muito utilizadas. Blusões de cabedal e blazers de alfaiataria. Camisas com listras pretas e brancas ficaram também associadas ao movimento. Camisas de gola alta,  justas de manga comprida. Calças justas era muito comum. Roupa simples, economica e sempre preta.
Neste ano o estilista Tito Bessa Jr. da marca TNG se baseou no movimento beatnik, para desenvolver uma coleção cujo carro-chefe é o jeanswear, mas que tem também vestidinhos, saias e bastante alfaiataria. Tudo muito urbano e com elementos masculinos, as modelos vestiram chapéus e até gravatas, que chegam arrematando com um toque charmoso tanto os looks femininos, quanto as produções de ares preppies masculinas.
O movimento Beat deixa como herança a possibilidade de se vestir conforme se quer, sem seguir um padrão determinado por alguém. Foi um movimento q nos deu liberdade de sermos nos mesmos.

Referências:

KEROUAC, Jack. On the road = pe na estrada. Porto Alegre: L&PM, 2006. 380 p.

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